Pescado com preços congelados

Economia
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Antes de comprar, os consumidores devem pesquisar os preços e observar a qualidade do pescado

Marcelo Feitosa

O consumidor que deseja manter a tradição do peixe à mesa na Semana Santa poderá aproveitar os preços estáveis e adiantar as compras. No Mercado São Pedro, na Ponta da Areia, em Niterói, comerciantes optaram por mantê-lo na média, na expectativa de aumentar as vendas. De acordo com Mário Mannarino, representante dos comerciantes do local, os valores nos dias anteriores ao feriado dependerão da demanda mas, não deverão ter forte variação.

“Pela primeira vez não temos uma previsão de aumento. A crise financeira e o momento econômico do país não favorecem o comércio. As famílias estão endividadas e, por isso, a demanda caiu bastante”, declarou Mário, que descartou o aumento de preços antes da Semana Santa. “Aumentar os preços agora seria suicídio para o mercado. Não conseguiremos vender. Estamos mantendo os preços e, em alguns casos, até diminuindo um pouco”, explicou o porta-voz.

No mesmo período do ano passado, os pescados sofreram um aumento de 20%. A alta foi explicada pela situação econômica não favorável. O preço operacional da venda, como o gasto com  gasolina e gelo, foi um dos principais fatores que influenciaram no reajuste. 

Mercado São Pedro mantém a tradição da venda de peixes em Niterói

Marcelo Feitosa

Neste ano, a história se repete, mas a estratégia é manter o preço e até usar promoções para atrair consumidores. No local, os peixes mais populares, como corvina, tainha e anchova, variam o custo de barraca em barraca. O namorado pode ser encontrado entre R$ 25 e R$ 35, uma diferença que pode pesar no bolso do comprador. 

Quem optar por um peixe mais voltado para a alta gastronomia, como o salmão, deve investir na pesquisa. No Mercado São Pedro, o quilo foi encontrado em diferentes boxes a R$ 39,99 e a R$ 42, 99, uma diferença de cerca de 7% no preço. Segundo Mário Mannarino, este tipo de peixe é um dos que mais sofrem aumento.

“O salmão tem um preço elevado e é mais reajustado por conta da importação. Compramos em dólar, por isso essa variação tão alta. O aumento depende mais das transportadoras e não dos próprios comerciantes”, detalhou.

Procura - O que vale é pesquisar, como fez a aposentada Denise Pereira, que veio de Miguel Pereira, no Centro-Sul Fluminense, em busca de preços melhores. Comprar o almoço da Semana Santa adiantado é uma das estratégias de Denise. E se está caro, o jeito é se adaptar.

“Pesquiso bastante os preços em todo lugar que passo. Estou vindo de longe na expectativa de conseguir economizar. Mesmo sem aumento, os peixes estão muito caros, então procuro substituir algumas coisas na mesa. Comprar camarão é uma boa saída”, contou a aposentada, que ainda trocou seu tradicional filé de cação por polvo.

Ficar de olho nos preços é uma prática semanal da comerciária Marcela Barbosa, de 33 anos. Segundo ela, que sempre deixa para comprar o peixe mais próximo do feriado, este é o momento para aproveitar os preços em conta, mas não descarta a expectativa por uma promoção. 

“Venho aqui toda semana e pesquiso bastante os preços, que continuam na média. Ainda não aumentou, e eu espero que caiam ainda mais para que eu possa aproveitar”, disse Marcela, que levou a família de Minas Gerais para conhecer o Mercado São Pedro.

Qualidade - Porém, segundo a comerciária, preço não é tudo. Prestar atenção na qualidade do peixe é prioridade, principalmente na comemoração da Semana Santa.

“Acredito que a gente tenha que dar atenção para as duas coisas, o preço e a qualidade do alimento que estamos levando para casa. Não adianta ser barato e não ser bom. Até porque, quando o preço cai demais a gente desconfia, o peixe pode estar ‘passado’”, alerta Marcela.

Para Maicon Gomes, que trabalha no local há cerca de 15 anos, a explicação para a baixa procura pode ser o excesso de feriados. Além disso, as pessoas deixam para comprar nos últimos instantes. Por isso, o dia que antecede a Sexta-Feira Santa tem a maior expectativa de movimento. 
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“Mal passou o Ano Novo e já entramos no carnaval. As pessoas ainda estão se recuperando financeiramente. Apenas aqueles de idade mais avançada tem todo o cuidado de preparar as comemorações da Semana Santa com antecedência. Mas a maioria dos brasileiros costumam deixar sempre para a última hora. Por isso, mesmo com a crise e a baixa procura, esperamos que os clientes venham comprar bastante quando o feriado estiver quase chegando”, declarou.