Com futebol pobre e burocrático, seleção de Dunga enfrenta descrédito

Por

A Seleção Brasileira sob comando de Dunga venceu os dez amistosos preparatórios, mas quando começou a jogar partidas para valer enfrenta dificuldades e recebe uma saraivada de críticas. 
 
Não é para menos. Diante de adversários fracos, como Peru e Venezuela, o time penou para ganhar. Quando enfrentou uma equipe mais forte, como a Colômbia, sucumbiu. 
 
E as circunstâncias de cada um dos jogos jogam contra. Contra o Peru, Neymar ganhou o jogo sozinho. Diante dos colombianos, o jogador do Barcelona não esteve bem, se descontrolou, foi expulso, o Brasil não jogou nada e perdeu. Na partida com a Venezuela, sem seu principal jogador, a seleção fez um primeiro tempo razoável mas terminou o confronto tomando sufoco de uma equipe que sempre foi seu saco de pancadas. 
 

O adversário das quartas de final, o Paraguai, também não é lá essas coisas, mas saiu invicto de um grupo com Argentina e Uruguai. Contra os hermanos, conseguiu empatar uma partida em que perdia de 2 a 0. Não é um time bobo. Mesmo irregular, a obrigação da vitória é brasileira. 
 
Difícil apostar que com esse pobre futebol e sem seu principal jogador, a seleção de Dunga conquiste a Copa América. Lembrando que se passar, na semifinal, o Brasil enfrentará Argentina ou Colômbia, adversários tecnicamente superiores. 
 
O time joga um futebol burocrático, sem criatividade ou ousadia. Não há toque de bola, velocidade. E o treinador também faz das suas: como colocar quatro zagueiros em campo diante da frágil Venezuela? 
 
Sem Neymar, a esperança brasileira fica para Robinho, pela sua experiência internacional. O jogador do Santos teve atuação razoável contra a Venezuela, mas não se sabe se ele conseguirá assumir a responsabilidade de conduzir o time. 
 
A crise técnica por que passa o futebol brasileiro nestes últimos anos chegou ao ponto de a seleção depender só de um jogador (Neymar). Isso nunca aconteceu no país pentacampeão mundial. 
 
O problema é que esse jogador, apesar da fantástica temporada no Barcelona, ainda não amadureceu o suficiente para não cair em provocações dos adversários. 
 
O Brasil sempre se destaca nas competições de base, mas poucos jogadores vingam. Há uma preocupação grande com os resultados e menos com a formação. Sem contar a influência dos empresários que faz com que jogadores saiam cada vez mais novos para o exterior sem ter uma carreira no país. Muitos vão para a Seleção depois, mas são ilustres desconhecidos do público, como é o caso do atacante Roberto Firmino e outros tantos. 

  • Tags: