Gonçalense vai ao Mundial de Atletismo Paralímpico em Londres

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Fabinho (primeiro da esquerda para a direita) está se preparando desde o dia 9 para disputar o Mundial de Londres

Foto: Ivo Felipe / CPB

Ser veloz e ágil para superar obstáculos da vida se tornou uma constante para o jovem Fábio Bordignon, 25 anos, morador de São Gonçalo, que nasceu com paralisia cerebral, se tornou atleta de futebol de 7, migrou para o atletismo, ganhou medalhas na Paralimpíada do Rio, em 2016, e agora se prepara para disputar o Mundial de Atletismo Paralímpico, em Londres, nos dias 19 e 23 de julho. Fabinho irá competir nas provas de 100 e 200m rasos. 

O atleta teve paralisia cerebral na hora do parto por falta de oxigenação no cérebro. Assim a superação era constante para manter vivo o sonho de se tornar atleta. Ele superou a falta de acessibilidade e, ao chegar à Andef, em Niterói, ganhou uma estrutura adequada e virou jogador de futebol de 7. 

“Foram muitas dificuldades, tanto no lado financeiro quanto na parte estrutural da época. Comecei no paradesporto em 2007. Assim conheci a Andef e a estrutura física melhorou. Iniciei minha carreira no futebol de 7. Costumo dizer que minha carreira no futebol de 7 foi muito bem-sucedida pelo fato de eu conseguir conquistar muitos títulos por clubes, seleção e prêmio individuais. Em 2012, disputei os Jogos Paralímpicos em 2012. E disputei um Mundial também. Agradeço muito ao futebol de 7 por ter me dado tudo o que tenho hoje. 

Ele ainda explicou os motivos que o fizeram migrar do futebol de 7 para o atletismo.

“Decidi mudar de modalidade pois após as Paralimpíadas de Londres (2012) ocorreram mudanças na Federação e, por obrigatoriedade, houve a mudança de técnico, pois o técnico antigo teria um cargo na Rio 2016. Assim assumiu outro treinador, com uma nova filosofia, e exigindo algumas coisas novas. Tecnicamente e fisicamente, eu estava bem, mas passei a não ser mais convocado. Com isso, fiquei abatido, pois meu sonho sempre foi ser atleta e defender as cores da minha nação. Ganhei peso e assim percebi que minha vida de atleta estava indo por água abaixo. Com o apoio da família, mudei meu pensamento e acreditei que Deus preparava um outro caminho para mim. Assim, eu tive a possibilidade de ir para o atletismo na Andef  com o professor Cosme. O técnico viu meu empenho e me convidou para participar da etapa regional”, explicou.  

No atletismo, Fabinho iniciou uma carreira de sucesso, que culminou com a conquista das medalhas de prata nos 100 e 200m rasos das Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. O velocista contou como conseguiu o índice para o Mundial.

 “Obtive o índice B, que foi um tempo próximo ao índice A. Meu tempo ficava na lista de espera para o Mundial em Londres. Eu consegui essa marca de 12s67 no Open, e assim alcancei a meta de chegar à competição. Tive um índice técnico alto e obtive a vaga para o Mundial”, contou.

Para se acostumar com o clima e o local da competição, Fábio já se encontra em Londres realizando a aclimatação. 

“A aclimatação está sendo ótima. Estamos tendo um período para treino aqui na Inglaterra para conhecer o tempo. Isso nos dá uma possibilidade de estar sempre melhorando, juntamente com o treino. Estou conhecendo atletas novos, fazendo amigos e ganhando experiência com os mais antigos”, disse, completando.

“A expectativa é de medalha, pois os índices estipulados foram bons, e nós sabemos da nossa capacidade pelo que apresentamos nos qualificatórios. E expectativa alta, para com muita humildade e sabedoria buscarmos uma medalha em uma prova equilibrada. Tenho como meta abaixar a minha melhor marca 12s66 nos 100m e 26s01 nos 200m”, afirmou.

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