O ano de 2018 apresentou números fantásticos para a Seleção Brasileira. Foram 15 jogos no total, 13 vitórias, um empate e apenas uma derrota. O problema é que justamente este revés solitário custou o sonho do hexacampeonato na Copa do Mundo da Rússia. Os canarinhos, que fizeram 29 gols e sofreram apenas três, foram derrotados pela Bélgica nas quartas de final do Mundial por 2 a 1.
“Foi uma derrota tão sofrida, pois a gente entendia que poderia ter vencido o jogo pelo volume que apresentamos. O goleiro da Bélgica foi o grande nome em campo. Depois do jogo não consegui nem cumprimentar o Roberto Martínez (treinador da Bélgica), que foi muito educado. Nada contra ele e sim pelo sentimento que eu estava sentindo de que a gente poderia ter ido mais longe”, disse o técnico Tite.
O Brasil começou o ano com direito a disputar quatro amistosos antes da Copa do Mundo e manteve a boa campanha de anos anteriores. O time canarinho atropelou a anfitriã Rússia por 3 a 0 e ganhou da Alemanha por 1 a 0, gol de Gabriel Jesus, em Berlim. Foi o primeiro encontro entre as duas seleções desde os 7 a 1 nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014. Os alemães, porém, preservaram diversos titulares.
Antes da Copa do Mundo o Brasil ainda venceria a Croácia por 2 a 0 e a Áustria por 3 a 0.
“Tivemos uma boa preparação, que nos permitiu chegar bem ao Mundial”, disse Edu Gaspar, coordenador das categorias de base.
Desafios – A Copa do Mundo não foi um mar de rosas para a Seleção Brasileira. Os laterais titulares, Danilo e Marcelo, apresentaram lesões, sendo que o primeiro participou pouco da competição. O empate por 1 a 1 com a Suíça dava a tônica dos problemas que viriam pela frente. No segundo jogo o 2 a 0 sobre a frágil Costa Rica veio com os dois gols nos acréscimos. A vaga nas oitavas veio com um 2 a 0 sobre a Sérvia.
Nas oitavas de final o Brasil ganhou do México por 2 a 0, mas naquele momento a fama de jogador que vivia caindo em campo perturbava Neymar, que era muito criticado pela imprensa internacional.
“O Neymar sofreu muito com entradas violentas na Copa, mas o que ficou foi a questão das críticas, muitas vezes não condizentes com a realidade”, disse Tite depois do jogo contra os mexicanos.
Nas quartas de final os belgas fizeram 2 a 0 no primeiro tempo e nem mesmo o gol de Renato Augusto na segunda etapa conseguiu mudar os rumos do confronto.
Tite permanece e cobranças aumentam
Quando o Mundial chegou ao fim a CBF não teve dúvidas em manter o emprego do técnico Tite e de toda a comissão técnica. Ela entendia que o comandante fez um bom trabalho e merecia uma nova oportunidade.
“Eu aceitei o desafio de continuar pois entendo que seria justo eu ter um ciclo completo de preparação para a Copa do Mundo, o que não aconteceu antes do Mundial da Rússia, quando peguei o time no meio das Eliminatórias”, disse Tite.
O treinador então passou a observar alguns jovens jogadores que não haviam disputado a Copa do Mundo e passaram a ganhar oportunidades, como o volante Lucas Paquetá, que se transferiu do Flamengo para o Milan no fim deste ano, e o atacante Richarlison, do Everton da Inglaterra.
“Dividimos o trabalho após a Copa do Mundo em partes, que englobam, por exemplo, um espaço para o campo de observações e a preparação para a Copa América do próximo ano”, disse o técnico Tite, que teve o atacante Neymar como artilheiro da Seleção Brasileira em 2018 com sete gols anotados, sendo dois a mais que Philippe Coutinho.
Nos amistosos após o Mundial alguns triunfos importantes, como os 1 a 0 contra Argentina e também Uruguai.
Luta pela Copa América
O ano de 2019 apresentará como principal desafio para a Seleção Brasileira a Copa América, que será disputada justamente no Brasil. Uma chance de reencontro com os torcedores do país após os 7 a 1 sofridos contra a Alemanha e os 3 a 0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar.
“A Copa América é uma competição muito importante, uma prioridade para a Seleção Brasileira e a possibilidade de se conquistar um título em nosso país. Portanto, vamos nos empenhar ao máximo para atingirmos este objetivo”, disse Neymar.
O Brasil tem uma base que foi construída com jovens e jogadores de meia idade no Mundial da Rússia, como o goleiro Alisson, o zagueiro Marquinhos, o volante Casemiro, o meia Philippe Coutinho e os atacantes Neymar, Gabriel Jesus e Roberto Firmino. A eles se juntarão jovens para tentar fazer o futuro da Seleção Brasileira mais glorioso.
Por isso, o treinador tem mesclado o grupo que disputou o mundial com a chegada desses novos atletas. Inclusive alguns nomes já passaram a se destacar, como o atacante Richarlison, o zagueiro Dedé e o meio-campista Lucas Paquetá.
“Nossa intenção é dar experiência de grupo a esses jogadores que estão chegando e motivar os que já estão aqui”, disse Tite.