Esporte contra o assédio a atletas

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Diversos representantes na luta contra este crime marcaram presença por dias melhores dentro e fora do esporte

Francisco Medeiros/ME

O Ministério do Esporte e a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SPM) lançaram nesta quinta-feira (29) uma iniciativa denominada Esporte Sem Assédio, cujo objetivo é prevenir e combater a violência e o assédio às atletas brasileiras, sejam elas amadoras ou profissionais.

Durante uma cerimônia realizada no Velódromo do Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani explicou que a medida tem como finalidade “chamar a atenção da sociedade para a violência e o assédio contra mulheres”. A campanha conta com o canal de denúncias, o 180, para que as mulheres possam “denunciar, se informar e se proteger”. 

O Ligue 180 é a Central de Atendimento à Mulher da SPM, adotada como canal de denúncia tanto no Brasil como no exterior. Com o Esporte Sem Assédio, estão sendo realizados a capacitação dos atendentes para receber as denúncias de atletas, a criação e implementação de fluxo de assistência psicossocial e jurídica, o tratamento das informações recebidas por meio de indicadores padronizados e o monitoramento.

“Falar sobre o assédio é importantíssimo – e no esporte não poderia ser diferente. Um ambiente saudável no esporte é um ambiente com profissionais comprometidos com a ética e com seus valores. Os clubes precisam, também, demonstrar que têm uma política clara quanto ao assédio. Esse programa integra ações para unirmos mulheres, homens e toda a sociedade”, disse a ex-ginasta Luísa Parente, que participou das Olimpíadas de Seul 1988 e Barcelona 1992 e membro da 2a Câmara do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem, criado com o objetivo de julgar violações a regras internacionais antidopagem.

A nadadora Joanna Maranhão também esteve presente no evento e contou um pouco de sua experiência no combate aos abusos contra mulheres. “Fui vítima de abuso aos 9 anos pelo meu técnico da época e demorei muito para verbalizar. Estive em quatro Jogos Olímpicos, mas poderia não ter ido a nenhum se não tivesse o apoio psicológico e jurídico que tive. Muitas outras crianças não têm essa ajuda”, contou.