Itacoatiara segue na crista da onda

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Bodyboarders locais acreditam na evolução do esporte e comemoram a oportunidade de verem de perto os principais atletas do mundo no Itacoatiara Pro em julho

Foto: Júlio Silva

Celebrar o sucesso de um esporte que nasceu devido à superação de uma adversidade e que enfrenta ondas potentes como as de Itacoatiara, se tornando um dos orgulhos do Brasil e também de Niterói. Desde o criador Tom Morey, passando por Marcus Kung (o pai do esporte no Brasil) e nomes como Guilherme Tâmega, Paulo Esteves e Vitor Hugo Bueno da antiga geração até chegar a destaques locais como Kalani Lattanzi e Sérgio Luís, o Bodyboard se tornou um dos principais esportes do mundo. E para comemorar esta história de quase 40 anos, a Cidade Sorriso irá receber pela quarta vez uma etapa do Mundial da categoria, entre os dias 2 e 12 de julho, com diversas novidades para elevar ainda mais o nível do evento.

O Bodyboard foi criado pelo estadunidense Tom Morey, que enquanto surfava quebrou a prancha e passou a pegar onda deitada.

Um dos organizadores do evento, Giuliano Lara citou em seguida as diferenças do esporte daquela época para a atual.

“As manobras eram muito diferentes, não existiam os grandes campeões. Internacionalmente não existia o Circuito Mundial. Então não tínhamos acesso aos vídeos. E o único brasileiro era o Marcus Kung, que foi para a Austrália e os Estados Unidos e tinha algum acesso ao esporte. Depois surgiu um cara chamado Mike Stewart que desenvolveu as primeiras regras, manobras e material do esporte. Um cara pesquisador e inteligente, muito interessado em toda essa ciência do mar. A partir disso, o Campeonato Mundial teve início em 82, com uma competição apenas no Havaí. E os primeiros brasileiros começaram a participar da disputa em 86”, destacou.

Um dos pioneiros do esporte em Niterói, Vitor Hugo Bueno falou ainda sobre o início do esporte na cidade do Rio de Janeiro e em Niterói, afirmando que Marcus Kung foi uma inspiração e que ele começou a surfar após vê-lo passar com sua prancha no Rio de Janeiro. E destacou que Kung também pegava onda em Itacoatiara e Piratininga.

Giuliano Lara ainda afirmou que a maior dificuldade daquela época era a falta de comunicação e que o esporte passou por diversas dificuldades até ganhar a força que possui hoje. Ele falou sobre como surgiu a ideia de trazer o Mundial para Itacoatiara. 

Giuliano Lara explicou que após participar de uma competição em Fernando de Noronha, montou vídeos para vender o produto e recebeu um contato da Federação Internacional para realizar o evento em Fernando de Noronha. Desta forma então, ele decidiu indicar Itacoatiara para receber uma etapa do Mundial, devido à força das ondas e da logística. O organizador e atualmente ocupando a direção de eventos da Secretaria de Esporte e Lazer de Niterói, destacou que na primeira edição não havia verba suficiente para se realizar o Mundial e as pessoas trabalharam de forma voluntária para que a competição acontecesse. 

Neste ano, com a marca consolidada, o Itacoatiara Pro contará com diversas novidades. 
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“Teremos categoria Pro Junior, palanque no Pampo, a estrutura e layout serão diferentes, teremos empresas grandes no evento. Contaremos com várias atrações e um crescimento notável. Ainda ganharemos fornecedores melhores, poderemos pagar as pessoas que trabalhavam de graça e cremos que em 2015 teremos um retorno ainda maior”, disse Giuliano. 
Além disso, a organização reiterou a vontade de incluir o torneio feminino na competição. De acordo com Paola Simão, bodyboarder local, a cidade de Niterói sediar uma etapa do Mundial seria especial e testaria os limites das meninas.