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José Maria Marín, ex-presidente da CBF e Marco Polo Del Nero, presidente atual, sofreram com denúncias de corrupção enquanto comandavam a entidade
Divulgação / CBF
O ano de 2017 não foi muito fácil para dirigentes que se acostumaram a usar o esporte em benefício próprio. A confirmação da condenação de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, nos Estados Unidos, foi mais uma prova de que o cerco está se fechando para quem se habituou a cometer atos ilícitos na certeza de que eles jamais seriam investigados.
Marin foi acusado de receber quase sete milhões de dólares de suborno em troca de contratos de transmissão e marketing em jogos da Libertadores e da Copa América.
José Maria Marin foi considerado culpado de seis das sete acusações de crimes do “caso Fifa”: inocentado de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil, Marin acabou condenado por três crimes de fraude financeira (Copa América, Copa Libertadores, Copa do Brasil), dois de lavagem de dinheiro (Copa América e Libertadores) e um por conspirar/formar uma organização criminosa. Ele está detido numa prisão federal, mas sua pena só será definida no próximo ano pela juíza Pamela Chen.
Com o auxílio do FBI, o governo dos Estados Unidos vinha investigando desde 2010 o pagamento feito a dirigentes por empresas esportivas. Neste processo, foram acusados 42 dirigentes de vários países e 24 já se declararam culpados. Dirigentes da Conmebol e da Concacaf estão entre os principais investigados, inclusive Marco Polo del Nero, presidente afastado da CBF e Ricardo Teixeira que comandou a entidade durante vários anos.
Por temer ser preso pela justiça americana, Del Nero não arreda o pé do País desde maio de 2015, quando autoridades dos Estados Unidos e da Suíça deflagraram a operação para investigar um megaesquema de corrupção e lavagem de dinheiro instalado na Fifa,
Formalmente indiciado pela Procuradoria de Justiça de Nova York em dezembro daquele ano, Del Nero foi incluído na lista de foragidos da Interpol em julho de 2017. Deixou de acompanhar a Seleção Brasileira em 20 partidas no exterior e acabou afastado da presidência da CBF pela Fifa.
O ex-atacante e agora senador Romário sempre foi um dos maiores críticos dos dirigentes que comandam o futebol brasileiro. Uma CPI instalada no Senado para discutir a corrupção no futebol brasileiro terminou, no fim de 2016, com dois relatórios. O texto oficial, do peemedebista Romero Jucá, não pediu nenhum indiciamento. Outro documento, de autoria de Romário (PSB) e Randolfe Rodrigues (Rede), pediu a abertura de inquérito contra nove suspeitos, entre eles Teixeira, Marin e Del Nero, mas não foi aprovado pelo colegiado. O “relatório paralelo” foi encaminhado para o Ministério Público Federal e para a Polícia Federal. Com base nas informações descobertas durante a CPI, Romário lançou um livro: “Um olho na bola, outro no cartola”, onde denuncia o que tem sido feito de irregular nas entidades que comandam as entidades esportivas no país.
Para Romário, a mudança só será possível se for alterada a estrutura do sistema vigente. Para o ex-atacante da Seleção Brasileira, a corrupção existente na CBF é sistêmica e estrutural.
Na mira da Justiça internacional
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