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Com seu charuto na boca e suspensório apertado, lá está Eurico e os seus aliados, vivendo de bravatas, tapas na mesa e a "moda bangú".
Foto: Divulgação
Os números incontestáveis (negativamente) no Campeonato Brasileiro 2015 evidenciam o que se tornou o Vasco da Gama nos últimos 15 anos de história - diferente dos demais de sua época gloriosa. A nostalgia cruzmaltina é cristalina e tenta apagar o presente nebuloso, tristonho e cabisbaixo da nau vascaína; a tristeza do coração, cada dia mais comum ao pobre torcedor, é espalhada pelo corpo através das enormes veias que também bombeiam significativas doses de amargura, quase cruéis, que fazem chorar. E não é pra menos, ver o clube como lanterna de um brasileiro nivelado por baixo é dor que não acaba mais. O Vasco não é mais o mesmo.
Das glórias da década de 90, com grandes títulos e craques, à ingerência do ídolo (em campo) Roberto Dinamite como presidente de 2008 a 14, com dois rebaixamentos na conta, ingredientes que fizeram o Gigante mudar, diminuir. Antes protagonistas de primeira, que fizeram o torcedor sentir na pele todas as emoções possíveis em um ser humano. Hoje, Eurico Miranda, gerindo da mesma forma de 10 anos atrás, a história não segura nada e ninguém no alto, é viver o presente e ser lembrado no futuro. Não se reinventou, parou no tempo.
No correr dos anos o Vasco perdeu espaço, cotas de TV, patrocínios e suas rendas são destinadas exclusivamente a pagar contas, sem contar as penhoras. O mercado engoliu o clube: Corinthians em plena ascensão, Flamengo muito bem administrado e se destacando no cenário nacional, além do Fluminense, que busca o profissionalismo em todos os sentidos. Nem o "campeonato a parte" contra o Flamengo, criado pelo presidente para tentar disfarçar a timidez nacional, tem valor. Aliás, só atrapalha o trabalho de quem chega ao clube.
Com seu charuto na boca e suspensório apertado, lá está Eurico e os seus aliados, vivendo de bravatas, tapas na mesa e a "moda bangú". Enquanto isso, o clube vai sumindo, diminuindo, galopando velozmente em direção ao seu terceiro rebaixamento em sete anos. Me arrisco a dizer que no final de tudo, todos estarão em suas casas, com a cerveja na mão e aproveitando a piscina quente de seus condomínios luxuosos. Talvez o Vasco ainda não tenha caído (matematicamente falando) para série B do Brasileirão, mas em termos de mercado, entidade, instituição, se apequenou, é cristalino, caiu feio. Só Eurico ainda não percebeu.
O Vasco já caiu, só Eurico não percebeu
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