Um salto para conquistar o mundo

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O atleta de slackline Pedro Rafael, com 20 anos e pouco tempo de carreira, já conquistou os títulos Carioca, Brasileiro e Mundial. Ele iniciou no esporte em 2015

Foto: Marcelo Feitosa

Cearense de nascimento e niteroiense no coração. Tendo a Cidade Sorriso como berço, o atleta de slackline Pedro Rafael, de 20 anos, superou obstáculos para aprender o esporte e realizar o sonho de ser campeão mundial, se tornar referência, e sem esquecer de transformar a modalidade em ferramenta de inclusão social.

O competidor, natural de Jericoacara, contou como começou a carreira, em 2015, e dominou o mundo do esporte radical. “Comecei na minha cidade natal, durante as férias de 2015. Vi uma fita armada na praia, fiquei curioso e, na primeira tentativa, eu caí. Insisti e fiquei três horas praticando. Em seguida, passei as férias andando de slackline e inventando manobras. Conheci um grupo do esporte, em Fortaleza, aprendi a trickline, que é a modalidade de saltos, fazendo manobras de amador e evoluindo para o profissional. Desta forma, construí três sonhos que era ser campeão mundial, ser o melhor do mundo e ter um patrocínio nos Estados Unidos”, disse, completando. “Com patrocínio pude viajar e ganhei o Carioca, o Brasileiro e me tornei campeão mundial”, avaliou ele, que também venceu o Brasileiro de Waterline (modalidade disputada sobre a água).

O slackline possui diversas modalidades que definem o tipo de manobra a ser usada. Algumas modalidades são: Trickline, Highline, Longline, Static Line e Waterline.  O atleta, que vem treinando em Niterói e nesta semana disputou um torneio em Vigo, na Espanha, contou que demorou a cair a ficha de que conquistou o título mundial. “Não acreditei. Demorou uns 30 dias para cair a ficha. E isso me deu motivação para criar um projeto com o slackline”, disse.

Ele decidiu buscar crianças nas ruas para ensinar o slackline. “Se o slackline mudou a minha vida, posso mudar a das outras pessoas. Pensei que se eu montasse uma escolinha para arrecadar dinheiro, ajudá-los e também lhes dar uma oportunidade de transformar as suas vidas. Abri a primeira escolinha em Niterói e venho buscando patrocínios para crescer. Tenho uma aluna, de 10 anos, que é moradora de rua, é prodígio e pode ser campeã da modalidade”, declarou.

Pedro Rafael falou que sentiu uma maior atenção após a conquista mundial e avaliou ainda o crescimento do esporte atualmente. “O slackline passou a se difundir cada vez mais e entrou no X-Games, o principal evento de esportes radicais no mundo inteiro. O primeiro torneio ocorreu em junho, mas não pude participar, pois meu visto foi negado. Tive carta de recomendação, ajuda de patrocinadores e mesmo assim não pude competir”, explicou.

Ele explicou ainda que o slackline vem crescendo no Brasil com a criação de um circuito nacional, que começará em julho. Além disso, ele pretende disputar o Mundial, em novembro. O atleta declarou ver com bons olhos a possível entrada de esportes radicais como o surfe no programa olímpico. “Vejo isso com bons olhos e queria muito ver o slackline nas Olimpíadas. Pois ele possui um dificuldade maior do que algumas modalidades disputadas nos Jogos. Ele tem tudo para se tornar um esporte olímpico. Queremos chegar às Olimpíadas, mas com as regras originais mantidas. Que seja um esporte olímpico ao nosso estilo”, afirmou atleta.