Vital Brazil pede policiamento

Polícia
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Na praça onde deveria estar erguida unidade da Polícia Militar, hoje se encontram apenas frascos vazios de drogas

Júlio Silva

Moradores do Vital Brazil, na Zona Sul de Niterói, reclamam dos constantes assaltos que ocorrem na região e do consequente clima de insegurança em que vivem. Eles sonham com a implantação da Companhia Integrada de Policiamento e Proximidade (CIPP) da Polícia Militar, prevista para ser inaugurada na praça do bairro em setembro deste ano, mas que até o momento não passa de um bloco de concreto no chão. A unidade, além do Vital Brasil, atenderia ainda aos bairros de Santa Rosa e Icaraí, e está sendo construída através de uma parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Niterói. 

Ao poder municipal cabe a responsabilidade de erguer o prédio e ao Estado, de conceder os policiais que vão atuar naquela área. Segundo a Polícia Militar, os soldados que atuarão na unidade já estão no batalhão, atuando sobretudo na Companhia Destacada do Morro do Cavalão. Já a prefeitura, procurada para falar sobre o atraso das obras, não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Logo na entrada da praça, a falta de policiamento é constatada pelas cápsulas de cocaína vazias facilmente encontradas nas portas de acesso ao pátio, onde estão localizados os brinquedos infantis e a rampa de skate que os jovens utilizam para se divertir. Segundo os frequentadores, muitas vezes não é possível usar o espaço, pois algumas pessoas ficam consumindo de drogas no alto da rampa e os jovens preferem se retirar para outro local. 

Quem anda pelas ruas do bairro tem medo de ser assaltado, como aconteceu com o estudante Lucas Alves, de 23 anos, que costuma chegar em casa tarde, após as aulas na faculdade. Ele conta que sempre anda apreensivo pelas ruas do bairro.

moradores sonham com implantação da Companhia Integrada de Policiamento e Proximidade

Júlio Silva

“Se tivesse realmente uma companhia aqui, realmente nos sentiríamos mais seguros. Mas para se ter segurança não basta apenas colocar policial na rua, tem que haver toda uma estrutura social”, reconhece. 

Maria Araújo, de 63 anos, disse que “decidiu se mudar do bairro com medo de tantos crimes e dos desmandos do tráfico de drogas, que desceu o morro e hoje tem ponto de venda de drogas próximo de sua casa”.

“Isso seria evitado se a Companhia da PM tivesse sido instalada. Mas como não foi, decidi botar minha casa à venda. Não aguento mais morar aqui. Gosto muito do lugar e de tudo, mas não temos paz para viver em um lugar desses. Como podemos receber pessoas em casa se não temos condições de garantir a segurança de nós mesmos, que somos moradores?”, questionou. 

Outro morador, o aposentado José Mariano Silva, de 64 anos, afirma que sempre costuma ver na praça apenas guardas-municipais, mas argumenta que eles não podem fazer muita coisa além de guardar o patrimônio, pois não andam armados.
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“Precisamos muito de mais policiamento aqui, mas enquanto essa obra não ficar pronta vamos continuar sofrendo com a violência. Não dá para botar a polícia para trabalhar no tempo, sem uma base”, declarou.