Parlamentares e militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) homenagearam nesta sexta-feira (16) no Buraco do Lume, no Centro do Rio, a vereadora Marielle Franco, assassinada na noite de quarta-feira com o motorista Anderson Gomes. Em meio a lágrimas e desabafos, os discursos afirmaram a importância de não permitir que a violência silencie as lutas da vereadora, que era negra, feminista e nascida no Complexo da Maré.
Vereadora mais votada de Niterói, Talíria Petrone (PSOL) discursou com uma voz rouca e emocionada, lembrando da importância da representatividade de mulheres, negros, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros e moradores de favela na política.
“Se eles achavam que a Marielle estava sozinha, eles estão enganados. A Marielle é cada uma de nós”, disse Talíria que lembrou também a dedicação de Marielle à favela da Maré.
“Conheci Marielle na favela, lugar que era dela, e que sempre foi a prioridade da sua voz”.
Em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio, o vereador David Miranda também chorou ao falar sobre a amiga e vereadora e pediu que a militância se mantenha firme na luta contra a discriminação e a desigualdade.
“Minha amiga morreu, mas não foi em vão. Todos vocês têm a responsabilidade de levar dentro do seu coração a luta que ela tinha pela democracia e pela juventude negra”, disse Miranda, ao acrescentar que a manifestação de quinta -feira no Centro do Rio de Janeiro “mostrou que a semente dela continua”.
Tradição – O deputado federal Chico Alencar lembrou que Marielle costumava estar na manifestação do Buraco do Lume toda sexta-feira. O ato no centro do Rio é tradicionalmente usado por parlamentares do PSOL para prestar contas das ações de seus mandatos.