Dizem que a beleza está nos olhos de quem vê, e o mais importante é estar em paz consigo mesmo, e assim a aparência e autoestima serão reflexos desse estado. Partindo dessa ideia, há quem mude de aparência toda hora. São aquelas pessoas camaleônicas, que gostam de mudar, sempre. Pense no exemplo nas atrizes, como a bela Paola Oliveira, que estão sempre com um tom ou corte de cabelo novos, preparadas para viver diferentes personagens na TV e no cinema. Fora dos holofotes, há quem goste de estar sempre mudando o visual e aprecie uma novidade. É o caso do estudante Bruno Roberto Silva, 23 anos, que aposta na mudança de visual como algo que vai além da troca de estilos.
“Nosso corpo reflete o que sentimos e pensamos. Reflete nossa visão de mundo. Toda vez que mudo de visual é porque entro em uma nova fase de vida, e essa mudança me faz bem e mais feliz. Já tive cabelo raspado, topete, cachos, black, tranças e agora estou com meus dreads naturais. Esses dreads refletem essa minha fase universitário, assim como cada outro visual refletia determinado momento. Essas mudanças são muito mais do que estar diferente para os demais, elas nos fazem bem, nos proporcionam diferentes momentos refletindo nossas personalidades”, afirma o jovem.
Há quem diga que irmãs gêmeas idênticas são parecidas, mas Rosangela Barreto e Rozana Rodrigues, ambas com 48 anos, mostram que as mudanças de visual são capazes até de disfarçar as semelhanças, além de deixar claro as personalidades de cada uma. Para as duas, as mudanças são capazes de renovar não só a aparência, como também a vida dos camaleônicos, como é o caso da Rosangela Barreto, microempresária, que esbanja alegria a cada visual novo.
“Mudar o visual para mim é importante porque me sinto bem. Gosto de me olhar no espelho e me ver diferente. Acho que mudar de visual deixa a autoestima elevada e, no meu caso, enjoo rápido, preciso dessas mudanças. Acho fundamental, me cuido todo dia. Ao acordar, a primeira coisa que faço é ajeitar meu cabelo, cuidar do meu rosto. Coloco meu protetor solar, que não pode faltar; o rímel, que passo todos os dias, mesmo para ficar em casa, o blush, o lápis de olho. Assim, me sinto mais viva, mais corada, isso me dá mais força, me deixa mais feliz para fazer as coisas diárias. Acho que, independentemente da classe social, cada mulher tem que se cuidar, tem que se sentir feliz, bela,” ressalta Rosangela.
Sua irmã gêmea, a microempresária de beleza Rozana Rodrigues, também adora estar em dia com o visual. As irmãs, desde pequenas, sempre foram vaidosas e cuidadosas com a aparência.
“Curto demais cada novo visual. Fico me admirando sempre. Já usei vários tipos de apliques no cabelo, alongamento, mega hair, tic-tac, adesivo, microlink, lace, perucas...”, cita Rozana, que vê as mudanças de cabelos como algo fundamental para manter as mulheres mais belas. “Creio que a mulher pode estar com uma roupa de casa, mas se o cabelo estiver arrumado, ela estará bem e bonita. O cabelo deixa a mulher para cima e uma maquiagem, uma ‘produçãozinha’, faz a gente se sentir mais bonita, mais jovem e, consequentemente, mais feliz”, argumenta.
Para os profissionais de beleza Jean Souza e Juann Azevedo, a busca por novas tendências reflete na confiança de suas clientes
“Normalmente elas buscam coisas novas. Tendências em cabelo, sobrancelha, unha, etc. Dessa forma, ao mudarem, conseguem uma maneira de se renovar sempre. De transparecer para fora o que estão sentindo por dentro”, filosofa Jean.
Para Juann Azevedo, nas mudanças, as pessoas buscam reaver sua autoestima.
“Minhas clientes amam a escova progressiva, o corte e as mechas, adoram ficar diferente. Cada visual novo diz o que se está vivendo e reflete as personalidades. Mudar faz muito bem à alma, mesmo que não agrade às outras pessoas, quem tem que se sentir bem é a própria pessoa”, enfatiza Juann.
Entretanto, nem sempre essas mudanças são positivas. Tem pessoas que escondem problemas psicológicos ao mudar sempre de visual, como explica a psicóloga Cássia Andrada.
“A origem do comportamento de uma pessoa que tem que estar sempre mudando é a insatisfação interior. Mudar por fora é mais fácil do que mudar o seu interior, com isso, se não trata a origem, ela vai sempre querer mudar o exterior. Agora, quando a pessoa precisa de vez em quando mudar, deve mudar por fora e também trabalhar sua autoestima, para que essa se eleve. Tudo com equilíbrio. Se há sofrimento, é caso de ajuda de um profissional”, elucida.