Prepare-se! Opções não faltam para se vestir bem, tanto no alto inverno quanto na primavera-verão 18/19. Quarenta e quatro grifes se apresentaram nas passarelas da 22ª edição do Minas Trend e do 45º São Paulo Fashion Week. Algumas resolveram antecipar a próxima temporada de calor; outras seguiram os arroubos do see now buy now, preferindo casar o fashion show com aquilo que já está disponível para consumo, agora quando a temperatura ameaça cair. Quem sai no lucro são os fashionistas: entre as tendências, é possível mesclar a alfaiataria e o sportswear de luxo, listras (muitas!) e xadrezes, brilho e transparência, cores fortes e pastel, entre o revival dos anos 1970 e 1980.
Em comum, as referências esportivas que vão ao encontro da Copa do Mundo, em junho na Rússia, os florais liberty ou tropicais, os jogos de brilho versus transparência, os grafismos construtivistas, a monocromia e o color blocking, tendência que dominou as vitrines na virada da década e agora volta com força total. E eventualmente uma esbarrada na África, que ainda deve vir com força mesmo mais adiante. Confira!
Monocromia & cores quentes: interseção entre o exagero oitentista e o minimalismo noventinha, os looks em cor única foram onipresença nas catwalks. Refletem a necessidade de simplificar a moda de acordo com o bolso, se mantendo no topo das tendências. Entre azuis, verdes, brancos e marrons, as cores quentes saem na frente, do coral-flamingo ao amarelo piu-piu. É quase a cartela dos personagens do Bob Esponja: vai do amarelão desse ao vermelho-alaranjado do Seu Siriguejo, passando pelo rosa-pastel do Patrick, com sua bermuda lima, e o azul-anis do Lula Molusco!
Efeito Pantone: algumas grifes, como Lenny Niemeyer, Fátima Scofield, Lilly Sarti e Fernanda Yamamoto, e até o desfile-conceito de abertura do Minas Trend, investiram numa cartela de cores ampla, que pode ser confirmada na passarela. Como naqueles manuais de cores para arquitetos e designers...
Candy colors: outra influência que vai e vem desde o final da década passada e agora retorna forte. Como os fondants de docinhos de festa, as gamas pastel são perfeitas para imprimir suave elegância afirmando escolhas como a alfaiataria ou os tecidos leves, tipo sedas e linhos. Deleite-se!
Alfaiataria: ela surge estruturada ou desestruturada, entre o empoderamento feminino e o minimalismo, e até mesclada com elementos esportivos. E compõe com brilhos, transparências e peças fluidas!
Brilho: metalizado, perolado, irisado, furta-cor, em lurex, em aplicações e sobre transparências plásticas. A palavra de ordem é brilhar!
Listras: verticais, horizontais e enviesadas, elas são sempre o pretinho básico do verão. Dessa vez, diante da enorme variedade, prometem ser o bate-caixa da estação quente verão e vêm com toda a força!
Xadrez: é a padronagem fashion das próximas três estações. Pode aparecer em várias versões: no elegante Príncipe de Gales, agora repaginado e perfeitinho para um look mais sofisticado; nos tipos madras e tradicional, prontos para tomar de assalto as vitrines e ruas; e o frugal vichy – aquele das toalhas de piquenique –, em proporções normal ou maxi, que pode combinar com os prints florais da temporada, em resultado pleno de frescor.
Anos 1970: assim como a década seguinte, é referência trendy. Os vestidos fluidos, resquícios do estilo boho e o espírito jet-setter da virada dos seventies parecem invadir as coleções em contraponto à volta dos oitenta, com seus brilhos, exageros, exercícios formais e ombreiras marcadas.
À moda da praia: flores e folhagens tropicalistas, grafismos elegantes dos anos 1960, colorblocking, monocromia, recortes, drapeados e cores pastel são escolhas das grifes de beachwear para renovar o segmento.
Por Alexandre Schnabl