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Primeira capa: a história de imigrantes como o italiano Pietro Polizzo e de um grupo de espanhóis

Foto: Lucas Benevides

Lá se vão dez anos desde que O FLU Revista começou a retratar de maneira leve e descontraída as principais questões culturais e sociais dos nossos tempos, através do comportamento e hábitos dos moradores de Niterói e região. Assuntos não faltaram e, a cada domingo, o leitor pode conferir novidades. Um pouco de tudo esteve presente nesta história que está apenas começando, mas já guarda alguns tesouros na nossa memória. E já que recordar é viver, alguns dos personagens dessa década contam como foi ser capa da revista. 

A primeira edição teve como matéria principal a vida dos imigrantes em Niterói, com histórias de pessoas que chegaram na cidade a partir do fim do século XIX em busca de trabalho. Na reportagem, uma liderança dos italianos na cidade: Pietro Polizzo, que chegou aqui em 1951. 

“Comecei vendendo jornais e revistas”, explica o empresário, que em 1971 ajudou a fundar o Clube Italiano, em Piratininga, como objetivo de integrar a colônia e, em 1982, foi um dos fundadores da Associação Beneficente Italiana. Hoje, Pietro afirma que se sente um cidadão niteroiense. “Na época da matéria, eu tinha 400 bancas, foi o máximo que tive até hoje. Essa cidade foi um progresso para mim”, declara. 

No Clube Español de Niterói, em Itaipu, a fachada que simula um castelo medieval e reúne diversos personagens ilustrados de Dom Quixote permanece como há 10 anos, quando o local também foi cenário para esta primeira matéria de capa. O clube é a segunda casa de pessoas como Marita Paulos Alonso, 69, Luana Taboada, 31, Abel Martinez Dominguez, 64, Constante Perez Fernandez, 72, e Fidel Martinez Cal, 75. 

Desde a primeira vez que apareceu em O FLU Revista, em 2005, a vida de Luana mudou muito. Semanas após a entrevista, há uma década, ela embarcou para a Espanha onde mora atualmente e, agora, nesta segunda vez, encontra-se de férias no Brasil. Já para Marita pouca coisa mudou nesse tempo. “Continuamos realizando eventos típicos e reunimos famílias de descendência brasileira e espanhola com o objetivo de manter nossas raízes”, conta Marita. 

Este também foi considerado o ano do MP3 player, febre que nasceu nos Estados Unidos, tomou conta do mundo todo e também foi capa por aqui. Um grupo de jovens entusiastas da novidade contou nas páginas de O FLU Revista como a experiência de poder carregar um acervo de músicas prediletas em aparelhos portáteis mudava a rotina e as relações de consumo. Entre eles, a estudante de medicina Roberta Erthal.

“Nunca fui ligada à tecnologia, mas aqueles formatos e cores me conquistaram”, lembra a agora cardiologista, que revela: “O jeito de ouvir música e a trilha sonora são os mesmos daquela época”, disse.

Foto: Lucas Benevide


Na reportagem, uma liderança dos italianos na cidade: Pietro Polizzo, que chegou aqui em 1951.

As cerimônias de casamento que fogem do modelo tradicional também estamparam uma capa em 2010. Entre os noivos, a empresária Vanessa Morett e o jornalista Maurício Antunes, que celebraram a união seguindo as tradições da umbanda.

“Tive repercussões boas e outras nem tanto. Mas faria tudo de novo”, revela a empresária. 

Em agosto de 2011, foi a vez de jovens esportistas da cidade que buscavam patrocínio ganharem a capa. O triatleta Pedro Arieta, na época com 20 anos, lembra que desde que a matéria saiu, sua vida mudou bastante.

“Eu era um estudante e agora já estou formado e trabalho. Mesmo com pouco tempo, ainda consigo conciliar treino e trabalho. O desejo de vencer que tinha da época em que a matéria foi publicada continua o mesmo”, diz. 

A história da nadadora paralímpica Camile Rodrigues, que posou para a capa da revista exibindo sua prótese estilizada e seu corpo escultural também chamou atenção como exemplo de força, coragem e superação.  Outra capa de destaque mostrou o aluguel de uma Ferrari para circular pelas ruas de Niterói. A produção para esta matéria parou, literalmente, o trânsito em São Francisco, com os olhares curiosos de quem passava pelo local. Enfim, são muitas histórias para contar e relembrar... Pelo menos hoje deu para matar um pouco da curiosidade e da saudade.