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Na medicina popular, a cunhã tem sido empregada no tratamento de infecções de garganta e olho, febre, indigestão, calvície, estresse, fortalecimento da memória, etc
Foto: Divulgação
A flor do feijão-borboleta, ou cunhã, é uma flor comestível com diversos benefícios à saúde. Mas a característica mais marcante dessa planta é a sua cor, um azul intenso, que confere uma aparência fascinante e, ao mesmo tempo, exótica em qualquer alimento no qual ela entre como ingrediente. Aliada principalmente da saúde da mulher, a cunhã também é uma experiência gastronômica lúdica, que possibilita a preparação de comidas azuis, refrescos ou mesmo um simples, porém fascinante, chá.
Natural do sudeste asiático, a cunhã é amplamente consumida nas culturas tailandesa e indonésia. Por lá, é uma planta muito querida e usada em diversos tratamentos, entre eles o de estresse. Já na medicina popular em geral, o feijão-borboleta também tem sido empregado no tratamento de infecções de garganta e olho, febre, indigestão, calvície, estresse, para o fortalecimento da memória, entre outras aplicações.
“Chás são excelentes aliados da saúde. Geralmente prescrevo para meus pacientes, de forma a ajudá-los a alcançar seus objetivos. No caso da cunhã, o suco também tem sido usado na medicina tradicional ayurvédica para curar picadas de insetos e doenças de pele”, destaca a especialista em nutrição clínica Vanessa Prado.
Tomar o chá azul virou um dos rituais antes de dormir da publicitária Marina Alice, de 37 anos, que conheceu a bebida no salão onde corta o cabelo.
“Me serviram uma xícara de chá azul e me apaixonei. Agora, toda noite, lá para a meia-noite, depois de tomar um banho, tomo uma xícara pra dar aquela relaxada. Depois, fico pronta pra me jogar levinha na cama”, revela.
As experiências do visual, sabor e aroma, segundo Marina, são deliciosas. Mas, além do prazer, ela também afirma que a bebida lhe proporciona um intenso bem-estar físico.
“Ela desce renovando a alma e relaxando o corpo. Também adoro a alquimia do azul, que se transforma em roxo quando pingo limão. Também uso no iogurte, no café da manhã. E também já usei a infusão para preparar drinques e até para cozinhar arroz thai”, destaca a publicitária.
A cunhã também é uma superaliada da mulher, pois é emenagoga, ou seja, ajuda a regular a menstruação. Não é à toa que seu nome científico, Clitoria, tem origem nas características das flores da planta, que se assemelha à forma do órgão genital feminino, como explica a nutricionista funcional Luisa Côrtes.
“A infusão das flores é hepatoprotetora, protege o fígado e atua nas vias de detox do mesmo, colaborando para a limpeza desse órgão e, consequentemente, do organismo. Ainda tem ação antidiabética, modulando os níveis de glicose sanguínea”, destaca Luisa.![]()
Os irmãos Carlos e Dafne Velazco são produtores locais do chá azul
Foto: Divulgação
Produção local
Os irmãos Carlos Velazco, 22 anos, professor de geografia, e Dafne Velazco, 27 anos, professora de sociologia e tea blender, cultivam o chá azul em Rio Bonito e comercializam o produto em Niterói e região.
“Chegamos até as flores de cunhã através do nosso pai, um entusiasta e estudioso autodidata de botânica. Foi ele que nos mostrou como a flor coloria o chá e nos apresentou as propriedades da planta. A partir disso, o que era uma mudinha se transformou em uma plantação. Hoje, colhemos diariamente centenas de flores”, explica Carlos.
Alinhados com a crescente conscientização do público – que recorre aos produtores artesanais que participam de todo (ou quase todo) o processo de fabricação, incentivando, assim, um outro tipo de mercado – os irmãos empreendedores atendem variados perfis, que vão desde curiosos até aos amantes de culturas milenares.
“Nos debruçamos no estudo desta planta e adoramos contar um pouco mais sobre ela. Gostamos de dizer também que é uma flor que dialoga muito com o organismo feminino. Em nosso produto, além da cunhã, selecionamos outras ervas, flores e frutos que possuam propriedades medicinais, mas não apenas isso. Nos preocupamos em elaborar o sabor das infusões, para que a experiência do chá azul seja também uma experiência sensorial, que capture todos os sentidos e atue como uma ferramenta para um momento de prazer e dê pausa na correria do dia a dia”, conclui a blender tea.
Conheça o chá azul
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