Crise na crise

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Usar folhas frescas é uma recomendação óbvia.

Foto: Colaboração/Romeu Valadares

É ela! Deu errado? É só culpar a crise. Não trabalhamos menos, e se foi alguém de outros carnavais, de sei lá quando, que respondam também, os bandidos instalados, os passados e, se der para consultar a bola de cristal, manda os do futuro para a cadeia também. Só não me venham com ingredientes de oitava no prato! 

Dia desses fui experimentar uma padaria/restaurante cheia de charme que abriu na Região Oceânica de Niterói. Quadrinhos esbanjando francês na parede e coisa e tal. Pedi uma salada Caesar, gosto de pedir algo corriqueiro quando me aventuro num lugar novo, querendo que tudo dê certo. Quando você vai à Casa do Pão de Queijo, por exemplo, acredita na predestinação e não imagina que uma casa que escolhe esse nome poderia servir um pão de queijo ruim.

Bom, neste caso, comi uma salada ruim. Estava mais para Brutus que para Caesar (“Ete tu, Brute”). Segundo o Instituto Americano de Culinária (CIA), a tal salada surgiu das mãos de Caesar Cardini, no ano de 1924, em seu restaurante de Tijuana, no México. 

Na salada que eu recebi, não nadavam anchovas, e o pior, a constatação de que, no Brasil, até plástico amarelo ralado pode se chamar queijo parmesão. Em terra onde já há um Sr. Raul Randon, que até as vacas importou para produzir seu belo Gran Formaggio RAR, o único com o selo de permissão italiano para ser tipo grana, o mínimo que podemos fazer é aprender a usar o queijo nas receitas.

 Se você reparar, vai precisar de menos queijo para atingir o sabor ideal e poderá se libertar de uma vez por todas do plástico ralado. Sendo assim, confira a receita aí ao lado...

AVE CAESAR
Se o molho alguma vez foi importante, numa salada ele reina absolutista. Usar folhas frescas é uma recomendação óbvia. A alface-romana (sim, “a” alface, já que é uma palavra feminina) é ideal, mas com um bom molho, qualquer salada de folhas verdes vira uma alegria. Usei rúcula e folhas de beterraba, mas vou dar a receita do CIA, que funciona lindamente e fornece molho em quantidade para usar e guardar para o sanduíche da madrugada.

Ingredientes
o 1 colher de sopa de alho amassado (9g)
o 5 filés de anchova
o sal (2,5 g), que costumo cortar já que as anchovas já são bem salgadas
o ½ colher de chá com pimenta do reino moída na hora
o 60 ml de gema de ovo caipira (2 ou 3 gemas)
o 60 ml de suco de limão-siciliano (se for o nosso limão, diminuo pela metade, já que é mais ácido)
o 300 ml de azeite extravirgem
o 170g de queijo gran formaggio ou um grana padano italiano.

Preparo:
Junte o alho, as anchovas, sal e pimenta numa tigela e amasse bem até que se obtenha uma pasta homogênea. Coloque as gemas e bata bem, adicionando o azeite em fio como numa maionese. No fim, dê o toque de limão a seu gosto. Para tornar mais substancial, pode juntar croutons e frango grelhado em fatias, mas finalizar com lascas de queijo é fundamental. Para beber, um vinho português do Minho, os famosos vinhos verdes. No mercado da esquina é hora de resgatar um vinho da infância, um Casal Garcia, com boa acidez e bem gasoso, vai limpar a boca e refrescar (balde de gelo nele), quase uma praia na varanda!