Cuidados com a pele

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O ideal é que os idosos mantenham uma alimentação saudável e se hidratem com bastante água, além de fazer um acompanhamento médico

Foto: Divulgação

Carolina Ribeiro

O corpo humano enfraquece naturalmente com o passar dos anos e vai passando por diversas mudanças. Uma delas ocorre na pele, principalmente na do idoso. É o caso do aumento da fragilidade, que, muitas vezes, acarreta em pequenos machucados, que ocorrem de maneira mais fácil. A dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Monique Pamplona Mafort explica que a pele do idoso fica mais frágil por ser mais fina que a pele jovem. 

“Com o envelhecimento, ocorre diminuição da espessura e da qualidade das fibras de colágeno, que é uma proteína que provê resistência e elasticidade, fazendo com que a pele fique mais frágil e tenha menor capacidade de retenção de água”, aponta a dermatologista, que completa que outra alteração comum é nas glândulas sebáceas. 

“Essas produzem o sebo, que é um manto protetor de gordura que fica na superfície da nossa pele. Com a idade avançada, essas glândulas vão se atrofiando e, com isso, perdendo sua função. Além disso há, também, perda da gordura subcutânea e a diminuição da vascularização local (chegada de sangue através dos vasos), resultando na nutrição inadequada da pele”.

A geriatra Michele Nanci aponta que essa fragilidade varia de pessoa para pessoa, e, às vezes, de região para região. No Nordeste, por exemplo, pessoas de 40 a 50 anos começam a sentir mais essa fragilidade pela exposição ao sol, enquanto no Sudeste ocorre com maior frequência a partir dos 60 anos.

“É importante manter a pele bem hidratada com cremes e óleos corporais desde mais novo, assim, essa fragilidade será menor. Em peles menos hidratadas, há o aparecimento de hematomas mais facilmente e possíveis lesões, feridas ou escaras de decúbito ou pressão, quando o paciente fica em uma mesma posição por um longo período de tempo, principalmente quando o idoso é acamado, tem problemas de locomoção e necessita que alguém mude a sua posição”, explica Michele, ressaltando que essas lesões podem ser uma porta de entrada para bactérias e infecções, que podem desencadear doenças. “É possível melhorar essa condição de fragilidade, mas não é possível evitar, já que é um processo natural do envelhecimento. O ideal é que os idosos mantenham uma alimentação saudável e se hidratem com bastante água, além de fazer um acompanhamento médico, que é muito importante”, alerta Michele.

A médica avisa, ainda, que pegar o sol da manhã, entre 8h e 10h, e o da tarde, após as 16h, fortifica a pele e aumenta a vontade de beber água.

Outro contratempo encontrado pelos idosos é a dificuldade de cicatrização, que ocorre devido ao enfraquecimento da pele. Monique diz que, como a vascularização do idoso está diminuída, os nutrientes e células que participam do processo de cicatrização têm mais dificuldade de chegar aos locais que precisam. 

“Essa situação é ainda mais grave nos casos de pacientes com doenças que acometem os vasos como, por exemplo, a doença arterial oclusiva periférica e o diabetes. No caso de feridas, existem cremes com substâncias que auxiliam na recuperação da pele e facilitam a cicatrização. Nos pacientes que têm problemas circulatórios, é muito importante o acompanhamento por um angiologista ou cirurgião vascular, com o objetivo de tentar amenizar o sofrimento da pele causado pela má circulação”, alerta a dermatologista.
A aposentada Vera Lúcia Santos Collier, de 75 anos, começou a sentir a pele mais fragilizada com aproximadamente 60 anos. 

“Fico com muitos roxos na pele, sempre dou alguma pancada em algum lugar. Como jogo vôlei, é pior ainda, as boladas ficam marcadas por bastante tempo, mas uso uma luva enquanto jogo e, assim, evito esses machucados. Também passo remédios na pele para as manchas sumirem, além de sempre me hidratar bastante para não ficar ressecada”, conta Vera, que diz que, apesar de adquirir todos esses roxos, eles não doem. As pernas e braços, no entanto, são os lugares mais atingidos. 

Joaquina Pereira Estrela, de 94 anos, conta que percebe uma grande facilidade em se machucar, mas que não fica roxa, pois cuida muito de sua pele.
“Depois do banho, sempre passo meus cremes e sou muito bem-cuidada. Pego meu sol e me alimento muito bem”, diz.