Cura pela alimentação

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Tiago Rocha é autor do livro “Curas Extraordinárias”

Foto: Divulgação

Tiago Rocha é cientista alimentar, autor do livro “Curas Extraordinárias”. Além disso, seus vídeos postados na internet possuem mais de 6 milhões de visualizações. Em entrevista à OFLU Revista, ele conta como começou sua carreira nessa área, fala sobre o mito de comer de três em três horas, explica o que fazer para ter uma alimentação saudável e cita os piores e os melhores alimentos consumidos no Brasil.

Você é naturoterapeuta, iridólogo, técnico em saúde pública e cientista alimentar. Como surgiu a paixão por esse assunto? 

Há alguns anos, tive uma doença chamada colite, que é uma inflamação no colo do intestino. Estava à beira da morte, fui em vários profissionais de saúde e ninguém conseguia me ajudar. Até que eu encontrei uma pessoa que fazia o mesmo trabalho que faço hoje, ele me passou um tratamento natural, um chá chamado alfavaca, e em poucos dias eu estava curado completamente. A partir daí, comecei me dedicar às coisas naturais, mas sem deixar de lado a medicina convencional. Estudei a fundo sobre isso e descobri que eu estava doente, porque comia errado. 

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil. Segundo a estimativa do Ministério da Saúde, ocorrem 300 mil infartos por ano, que provocam, em média, 80 mil mortes. Dentre os que não sobrevivem estão casos de jovens, o que vem mudando um panorama de que infarto era doença dos mais velhos. Por que você acha que isso ocorre? 

Muitos fatores levam ao infarto, mas nos dias atuais, a gordura vegetal é a maior vilã. Os jovens estão enfartando porque estão comendo margarina, requeijão modificado, entre outros alimentos que possuem a gordura vegetal. 

Você acredita que a sociedade brasileira está comendo mal? Por quê? 

De uns anos pra cá, melhoramos um pouco, mas estamos errando em quase tudo. Estão nos ensinando que o exagero é que faz mal, então estamos comendo um pouquinho de tudo o que não presta. Eu diria que estamos nos alimentando com os piores alimentos dos últimos dez anos da História e estamos pensando que podemos comer isso, desde que seja aos poucos.

Em uma entrevista, você falou que a necessidade de comer de três em três horas é um mito. Por quê? Como você acredita que essa lenda surgiu? 

A teoria é essa: comer de três em três horas é a manutenção do metabolismo ativo. Nosso corpo precisa de energia para manter suas funções em funcionamento e nosso combustível é a glicose. Se não a fornecermos constantemente, o organismo diminui o ritmo de trabalho para preservar as funções vitais e com isso, gastamos muito menos energia do que poderíamos estar gastando nesta situação. Ou seja, em hipoglicemia é comprovado que nosso corpo não consegue queimar gordura e para se manter passa a queimar proteína e músculos para garantir a manutenção das funções vitais. A teoria é boa e explicativa, mas os seus efeitos colaterais são muito mais prejudiciais do que benéficos. 

Há comprovação disso?

De acordo com a OMS, não há evidências científicas de que esse procedimento diminua o risco de engordar. Além disso, fazer com que a glicose circule no corpo o dia todo força a pessoa a ser diabética. Pois a primeira fonte de energia do corpo é o carboidrato, a segunda é a gordura. Então, quando eu paro de comer, o carboidrato vai sendo usado e logo falta. Sendo assim, é usada a gordura armazenada no corpo como fonte de energia. Então, o certo mesmo é o jejum e não comer a todo momento. Comer de três em três horas obriga o aparelho digestório a trabalhar o dia todo, forçando a maquinaria do corpo e o fígado produz bile o dia todo, o pâncreas produz o suco pancreático o dia todo. O ácido clorídrico fica na ativa constantemente e produz enzimas digestivas em grande quantidade. 

É arriscado, então, comer tantas vezes ao dia?

Comer direto e várias vezes por dia é um hábito de pessoas acima do peso. Este é um dos maiores problemas da humanidade: a obesidade. Sem contar na qualidade dos alimentos ingeridos. Haja força para o estômago. Alimentos fortes e de difícil digestão deixam as pessoas sonolentas e têm intoxicado todo o corpo. 

Qual é o melhor procedimento?

O correto seria comer três vezes ao dia, fazendo refeições nutritivas e saborosas. Mas, depende da vida que a pessoa leva: quem trabalha em escritório e usa muito a mente, deve se alimentar duas vezes ao dia, isso falando mecanicamente. Mas ninguém precisa também fanatizar e deixar de comer algo em um desses intervalos. Comer de três em três horas tem um aparente benefício e muitos e reais malefícios.

Quais são os segredos da alimentação para uma vida saudável? 

Procurar alimentos orgânicos, mastigar bem, não misturar doces com salgado, não tomar líquido com as refeições e seguir uma dieta bem próxima à dos vegetarianos. Isso trará saúde e longevidade.

Quais são os cinco melhores alimentos e os cinco piores alimentos que as pessoas consomem? 

Os piores: refrigerante, leite de caixinha, óleo vegetal, margarina e peixe. Os melhores: banana, maçã, ovo, uva e quinoa real.

Há, atualmente, uma onda “fitness”, liderada por diversas blogueiras. Você acredita que esses blogs ajudam a disseminar uma alimentação saudável?

Ajudam em pouca coisa. A curto prazo, o corpo muda, mas a longo prazo, faz um estrago sem precedentes.

Alimentação vegetariana e vegana são tipos de alimentação saudável? 

Todas as duas têm seus benefícios. No caso dos veganos, eles levam ao extremo, mas mal não faz. A melhor alimentação seria vegetariana. Se os brasileiros seguissem, pelo menos um pouco, essas duas correntes de viver saudável, teríamos mais saúde e longevidade. A carne é um alimento putrefato e não digere. Comer carne não é natural.

No seu livro “Curas Extraordinárias”, você ensina diversos tratamentos de doenças por meio de produtos naturais. Como esse estudo foi feito? 

Tudo que colocamos no livro tem base científica e estudada. São médicos, nutrólogos, nutricionistas e professores da área. Eu conto sobre os dez piores e melhores alimentos do mundo e coloquei um índice em ordem alfabética com mais de 60 tratamentos naturais e 150 aplicações terapêuticas para ajudar a qualquer um no auxílio a doença que sofre. O nome “Curas Extraordinárias” é porque foi assim que aconteceu comigo: o chá da alfavaca me curou da colite. Ele também é um livro de fé, pois uso muito o maior recurso que temos: a fé no médico dos médicos.