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Com parceria com grandes nomes, as redes aumentam sua percepção de valor, vendendo mais rápido que suas coleções normais
Foto: Divulgação
As redes de fast fashion sacudiram o mercado da moda nos últimos anos fazendo constantes parcerias de coleções com grandes grifes e estilistas. Atualmente, nomes mundialmente conhecidos como Jimmy Choo, Roberto Cavalli, Stella McCartney e Versace firmaram parcerias com redes de lojas como Adidas, Gap, entre outras. Nomes nacionais como Glória Coelho, Andrea Marques, Patrícia Bonadi, Lenny Niemeyer, Reinaldo Lourenço, Isabela Capeto e Maria Filó fizeram coleções em parceria com a C&A. E a Riachuelo, com Cris Barros, Juliana Jabour e Marta Medeiros. Ano passado, por exemplo, as estilistas Donatella Versace e Stella McCartney vieram ao Brasil para lançar coleções em parceria com a Riachuelo e a C&A, respectivamente.
Com coleções em parceria com estes grandes nomes, limitadas e distribuídas para filiais selecionadas, as redes aumentam sua percepção de valor, vendendo mais rápido que suas coleções normais. Algumas fazem tanto sucesso que as peças se esgotam em poucas horas.
Este fenômeno começou na década de 60, quando alguns ateliês iniciaram a produção das linhas de prêt-à-porter (roupa feita industrialmente em série, de boa qualidade e assinada por um estilista da moda). Na época, a tendência não agradou a todos do mundo fashion. O estilista Pierre Cardin chegou a ser expulso da Câmara Sindical da Alta-Costura após criar uma coleção para a Printemps, loja francesa de departamentos. Seguindo a nova onda, o estilista da Chanel, Karl Lagerfel fez uma coleção em parceria com a H&M, em 2004. As peças se esgotaram poucas horas após o lançamento, revelando o potencial destas parcerias.
“Acreditamos que estar em movimento e não ficar parado é fundamental para a longa vida de uma marca, e um co-branding pode ser uma das ações para isso. Para a Maria Filó foi interessante se associar a uma grande rede varejista quando fizemos as collections com a C&A, já que ela tem maior escala em todos os sentidos. Tivemos a oportunidade de levar a essência Maria Filó para mais regiões do país, divulgando a nossa marca e toda sua personalidade e detalhes que são tão característicos. Foi uma experiência feliz, que atingiu clientes já conhecidas da marca e outras que não nos conheciam”, afirma Roberta Ribeiro, diretora criativa da Maria Filó.
Diretora de compras e produtos da C&A, Claudia Albuquerque explica que o propósito da empresa em fazer essas parcerias é democratizar o acesso à moda aos clientes, “traduzindo” o estilo e design de estilistas e grifes nacionais e internacionais para a fast fashion. “As escolhas levam em consideração a proximidade entre as propostas da C&A e da marca/estilista, viabilidade comercial e o desejo dos clientes, o que resulta em collections que combinam alto apelo de moda, ótimo design e preço acessível. A parceria com a Maria Filó é a 43ª collection da C&A e a terceira do ano. Também é a segunda vez que a marca faz uma parceria com a estilista, sendo que a primeira edição foi um grande sucesso, e teve um tempo médio de comercialização 50% mais rápido que as coleções normais. A segunda edição, que gerou esta collection, tem agradado muito nossas clientes, com a novidade de, além de trazer peças do universo feminino, disponibiliza peças para o universo infantil”, destaca Claudia.
Diretora de marketing da Riachuelo, Marcella Kanner concorda e acrescenta: “Acredito muito nesse formato de parceria. Nós podemos oferecer aos nossos clientes um produto assinado, com design e altamente aspiracional a um ótimo preço, além de atrair novos consumidores, que às vezes entram na loja pela primeira vez para conhecer uma coleção especial e acabam virando clientes. O estilista vê o seu produto vender em larga escala e chegar em um consumidor que usualmente não poderia consumi-lo. É um movimento pop, atual e divertido, que coloca ambas as marcas em bastante evidência. E uma equação vitoriosa para as duas partes!”
Consultora de imagem e estilo, Juliana Burlamaqui salienta que por mais que as marcas de luxo sejam conhecidas, muitas vezes elas não têm a mesma visibilidade das redes fast. “Acho que todo mundo ganha com essas parcerias. As grifes, as redes fast e os consumidores, que podem ter uma roupa de marca bacana sem pagar o mesmo preço que seria cobrado na loja de grife”, defende Juliana.
Bárbara Moisés, Marília Curi e Rhayza Berlanza, do Blog Fashionistas por Lei, também ressaltam os benefícios para as marcas envolvidas e para os consumidores. “A aposta das grifes de fast fashion em coleções-cápsulas com grandes marcas e estilistas é bastante acertada, já que facilita o acesso do consumidor médio à alta costura e evita, assim, o consumo de produtos falsificados. É uma importante estratégia que une a possibilidade de satisfazer o desejo do consumidor em comprar um item grifado e original, sem a necessidade de buscar meios ilegais”, afirmam.
Para a atriz, modelo e blogueira Jade Seba, a ideia de trazer grandes parcerias com grifes e estilistas renomados para as fast fashion foi um “achado”. “Acredito que muitos sempre sonharam em ter peças desse tipo e não tinham a oportunidade. Hoje se tornou bem mais acessível com esta iniciativa”, finaliza.
Democratização da moda
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