Dentro da natureza

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Renata Chianelli na Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Vista de tirar o fôlego

Foto: Divulgação

Uma opção barata de viagem. Uma maneira de ficar mais próximo da natureza. Um jeito de chegar em lugares nunca antes vistos. Seja qual for o seu perfil, não faltam motivos para colocar a mochila nas costas e acampar.

Juliana Cardoso, produtora de eventos de 33 anos, acampou pela primeira vez aos 14 anos, no Sana, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Desde então, a jovem já passou por Ilha Grande, Aldeia Velha, Santa Catarina e muitos outros destinos.

Para Juliana, acampar é a única forma de viajar. “Quando você acampa, a interação com a natureza é completa. Ao contrário de um hotel, em que você fica preso em um quartinho de concreto, no camping você já acorda pisando na grama”, defende a viajante experiente, que gosta de acampar com as amigas, principalmente em festivais de música. “Já fui para o ‘Psicodália’, no interior de Santa Catarina, e algumas vezes ao Aldeia Rock Festival, em Aldeia Velha.

A última vez foi em março desse ano”. Apesar dos anos de experiência nas costas, Juliana já passou por alguns maus bocados acampando.   “Em São Tomé, em Minas Gerais, eu e minhas amigas passamos por um estado de calamidade pública. Choveu muito e a estrada que ligava a cidade quebrou.

Para sair, tivemos que pegar botes. Todos os turistas saíram no mesmo dia e o bote só levava dez pessoas de cada vez”, recorda a jovem, que, apesar das dificuldades, não se sente intimidada a continuar a acampar. “Depois desses momentos, aprendi a levar tudo dentro de sacos plásticos e sempre colocar uma lona em cima da minha barraca. Assim, se chover, você não corre o risco de molhar todas as suas coisas.

Juliana Cardoso já passou por Ilha Grande, Aldeia Velha, Santa Catarina e muitos outros destinos

Foto: Arquivo Pessoal

Outro item importante é levar comidas básicas de café da manhã, caso não seja possível comprar comida no lugar”, recomenda a produtora. Quem também não larga a barraca de camping é Renata Chianelli, estudante de Arquitetura de 21 anos. 

Para a jovem, acampar é a melhor opção, mas por outros motivos.“Acampei pela primeira vez assim que terminei o Ensino Médio. Como eu mesma sempre paguei as minhas viagens, foi o jeito mais acessível”, justifica Renata, que, desde 2013, já fez mais de 15 viagens acampando. 

O destino favorito, entretanto, vem logo à cabeça: Ilha Grande, na Costa Verde. “Eu gosto muito de lá por ter vários lugares em que você pode ir. Todas as vezes que eu fui, visitei um canto diferente. Da última vez, nós até fizemos a volta na ilha”, recorda.Aventureira, a jovem garante não ficar parada no camping. 

Ela e o namorado gostam muito de fazer trilhas.“Costumo dizer que vou onde quer que for, desde que, no fim, tenha uma fonte d’água onde possa mergulhar ou uma vista bonita para apreciar”, conta.Para Renata, uma das razões mais positivas de se acampar é a facilidade de se conhecer pessoas novas.“Muitos lugares que eu já visitei me foram recomendados por pessoas no camping. Você consegue fazer diversas atividades em grupo”, completa a jovem. 

Bruno Cid, por sua vez, é outro niteroiense apaixonado pela natureza. Com 33 anos, o biólogo já acampou até no Havaí e conta que o desejo de viajar dessa maneira começou na infância.“Desde garoto, achava muito legal quando eu via as pessoas fazendo isso em filmes. 

Acampar sempre esteve no meu imaginário. Uma outra coisa que me atrai é a possibilidade de chegar em lugares que você não poderia ir viajando do jeito tradicional”, afirma Bruno, um adepto do chamado “acampamento selvagem”, ou seja, aquele realizado fora de campings – que costumam contar com banheiro e cozinha. “É legal ficar em camping, conhecer as pessoas, dividir as áreas comuns. Mas, para mim, a grande motivação de acampar é ficar em um lugar isolado, onde você não consiga chegar de carro”, admite o biólogo. 

Dos muitos lugares percorridos acampando, Bruno destaca o Monte Roraima, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.“O monte é um lugar em que não tem como você ir se não for para acampar. É um lugar impressionante”, recorda. 

?Recentemente, Bruno esteve acampando também no Havaí. O real motivo da viagem foi um congresso a trabalho, mas o biólogo não resistiu e levou sua barraca junto.“O Havaí tem uns ‘beach parks’ em que você paga muito barato para acampar, mais ainda que no Brasil. Acho que a taxa era uns três dólares por dia”, conta Bruno.