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No Complexo Hospitalar de Niterói, os sintomas cardiovasculares figuram entre as dez maiores queixas monitorizadas pela equipe da emergência
Fotos: Lucas Benevides
Dados levantados pela Organização Mundial da Saúde revelam que, por ano, cerca de 300 mil pessoas morrem de doenças do coração no Brasil. Patologias como infarto e insuficiência cardíaca são algumas das principais causas de óbitos no país. Em boa parte dos casos, um rápido atendimento em caso de mal súbito pode salvar uma vida. Por isso, vem aumentando o número de emergências cardiológicas nas unidades hospitalares.
No Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), no Centro, o formato de atendimento é muito parecido com o de uma unidade comum de emergência. Em funcionamento 24 horas, com cardiologista e enfermagem capacitada, a triagem é a mesma feita nos casos de pacientes normais, com classificação de risco em até 5 minutos e posterior encaminhamento para o setor de cardiologia, se for necessário.
“A emergência cardiológica existe para atender, com mais rapidez e resolubilidade, o paciente que passa pela triagem e que apresenta características cardiológicas, por exemplo, quem está com dor torácica, o que, às vezes, pode ser um infarto agudo do miocárdio (IAM). Nessa emergência, apesar do formato de unidade cardiológica, equipes treinadas e processos bem desenhados, temos muito pouco tempo para o atendimento e fazer o eletrocardiograma. Quando confirmado o IAM, estamos conseguindo tratar o doente, por cateterismo, até uma hora da chegada dele ao hospital”, explica o clínico geral e cardiologista chefe do serviço de emergência, Alex Sander Ribeiro.
No Hospital Icaraí, também no Centro, o procedimento é bem parecido, com o processo de triagem precedendo o atendimento. Quando são enquadrados na chamada síndrome coronariana aguda, angina instável, ou infarto agudo do miocárdio, os pacientes já entram direto, fazem eletrocardiograma e exame de sangue. Entre os exames disponíveis na unidade estão os hemogramas e os marcadores de necrose miocárdica.
“O paciente é monitorizado e fica em vigilância contínua. Quando não se trata de infarto, mas o paciente ainda está com dor e ainda não foi possível saber a causa, fazemos a dosagem seriada dos marcadores para definir se é o caso de ficar na unidade coronariana ou não”, conta o cardiologista Victor Hugo Mussi. “A principal diferença é a presença de uma equipe treinada nos diferentes problemas cardiológicos, que se não tratadas de forma imediata e com qualidade técnica máxima, podem evoluir para parada cardíaca e até óbito”, acrescenta Sander.![]()
Na unidade de emergência cardiológica do Hospital Icaraí entre os exames disponíveis estão hemograma e marcadores de necrose miocárdica
Foto: Lucas Benevides
Segundo a cardiologista, intensivista e coordenadora do CHN Cardiovascular, Valdênia de Souza, no hospital niteroiense os sintomas cardiovasculares figuram entre as dez maiores queixas monitorizadas pela equipe da emergência. A unidade de emergência com foco no paciente cardiovascular busca também evitar a liberação de pacientes equivocadamente, já que a literatura médica cita que 25% dos doentes chegam a ser liberados de forma errada.
“Ter um início de investigação sistematizado e com os recursos de que o hospital dispõe é fundamental para que o cardiologista da emergência possa trabalhar na busca pelas metas de excelência internacional”, diz Valdênia.
No Hospital Icaraí, a cada plantão quatro médicos ficam disponíveis na emergência cardiológica. “Se você se sente mal e for levado para um hospital que não tenha uma emergência cardiológica, vai ter o primeiro atendimento, mas pode precisar transferir o paciente. Pode ser que não haja vaga naquele momento e, às vezes, o quadro clínico requer que o procedimento seja feito naquela hora. Nós temos, por exemplo, dois tipos de infarto: um deles é o que chamamos de infarto com supra, que precisa do cateterismo imediato para fazer a angioplastia, porque o músculo cardíaco vai sofrendo deterioração. Então, quanto mais tempo você levar para revascularizar aquela artéria coronária que está entupida, maior risco para o paciente”, alerta o cardiologista.
Emergência cardiológica
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