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David Gurevitz é engenheiro mecânico, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mais de 30 anos de experiência em Segurança do Trabalho, Conservação de Energia e Manutenção Predial, de Transportes e Industrial
Foto: Divulgação
O conceito de inspeção verde é aquele que define mais economia alinhada à sustentabilidade predial. São providências que se fazem cada vez mais necessárias para a boa saúde dos condomínios, com evidentes e econômicas vantagens coletivas ambientais.
Desde quando a autovistoria predial se tornou obrigatória no Rio de Janeiro (Lei Estadual 6.400), garantir boas condições físicas e de segurança nos edifícios, tendo por meta também a sustentabilidade, evidenciou-se um avanço considerável na melhoria urbana. Sem maiores complicações e até com vantagens para o orçamento de todos. Há ações simples que podem gerar queda de até 60% nos gastos dos condomínios. Um bom exemplo da sustentável atualização é a utilização de lâmpadas de LED, que consomem menos energia.
Outro exemplo econômica e socialmente correto é a reciclagem do lixo, que reduz em até 80% os resíduos sólidos domésticos. Seguem-se ainda as medidas relacionadas ao sistema de tratamento de esgoto e ao aproveitamento de água da chuva, além do emprego de revestimentos a base de tintas especiais que funcionam como isolante térmico. Há ainda o uso de jardins verticais para climatizar, refrescar e tornar arquitetonicamente atraente.
Todas as medidas citadas são como um antigo dever de casa, não obstante ainda pouco propagado. E podem reduzir em até 30% os débitos do condomínio acrescentando 20% de valorização ao imóvel mesmo que ele já tenha 20 anos de uso. Mas se há resistência em adotar medidas tão vantajosas, quem é contra associa erroneamente a sustentabilidade a técnicas sofisticadas e onerosas. Em contraposição, podemos dar outros exemplos de serviços sem alto custo, como a instalação de sensores de presença em áreas comuns dos edifícios. Sem falar nos proverbiais princípios da boa educação – que não exigem um centavo sequer do condômino – como o uso racional da água, um bem cada vez mais precioso em nosso desgastado planeta.
Iniciativas simples e eficazes de combate ao desperdício deveriam, na verdade, começar dentro de casa. Uma delas é manter no boxe um balde para coletar a água fria que jogamos fora, enquanto não chega água quente, e depois utilizá-la em outras atividades. Além disso, vale também coletar a água despejada da máquina de lavar roupas, para utilizar em vasos sanitários ou limpeza de pisos.
No Brasil, empreendimentos sustentáveis já representam mais de 8% do PIB (Produto Interno Bruto). Na área de certificações verdes, o país só perde para os Estados Unidos, a China e os Emirados Árabes Unidos em número de edifícios detentores do Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), o selo americano de construção sustentável mais conhecido no mundo, hoje presente em 143 países.
Porém, para que um edifício conquiste a certificação Leed – outorgado pelo Green Building Council Brasil (GBC Brasil) – é necessário passar por uma adequação própria e adotar conceitos de sustentabilidade. Nada mais oportuno, portanto, do que aproveitar a obrigatoriedade da lei da autovistoria, aliando-a à conquista da certificação Leed com a adesão às vantagens de um sistema que não se restringe à específica área econômica. Embora qualidade maior de vida signifique também vantagens econômicas gerais.
E o que é a vida com mais qualidade senão a consequência da adoção de comportamentos e providências capazes de reduzir impactos ambientais em benefício particular e do próprio planeta?
Espaço aberto: autovistoria estimula edifícios verdes
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