Exercitar sem parar

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Antônio Cruz pratica atividades em academia há oito anos e corre desde a década de 80. Aos 67 anos, chama a atenção pela boa forma, servindo de exemplo para pessoas mais jovens e mais velhas

Foto: Douglas Macedo

O avanço dos anos não é motivo para permanecer em casa ou perder a vontade de se cuidar. O hábito de praticar atividades físicas e ir à academia não deve ser apenas de jovens e adultos. A terceira idade pode e deve se exercitar, não somente para manter a boa saúde, mas, também, para permanecer em forma e autoconfiante.  

Estudos demonstram que cerca de 30% dos alunos das academias são idosos acima dos 60 anos, isso tudo porque a atividade física promove independência, melhora a autoestima e aumenta a expectativa de vida de quem pratica. Segundo o comerciante Antônio Cruz, de 67 anos, a sua disposição aumentou depois da musculação, apesar das atividades físicas sempre terem feito parte de sua rotina.

“Faço academia há muitos anos, aproximadamente oito, e cooper há pelo menos 30. Já participei da Meia Maratona do Rio, já corri do MAC (Museu de Arte Contemporânea) a Jurujuba, mais de uma vez... Eu sou muito ativo e me sinto até melhor do que há 20 anos”, revela.  

O treinador de Antônio, Dyego Borges, da Academia de Natação e Treinamento Funcional, explica que cada indivíduo possui um treinamento específico dependendo da faixa etária. Segundo ele, o trabalho de hipertrofia é o mais indicado para o idoso, no entanto, há diversos casos e preferências. Alguns alunos procuram o emagrecimento, outros, fortalecimento muscular e qualidade de vida. O treinamento funcional varia a partir do objetivo do aluno. 

“Muitas pessoas mais velhas procuram o treinamento, algumas pela qualidade de vida e outros pela estética. Tem público para toda a preferência. Há pessoas que gostam de ter um nível de condicionamento alto, outros preferem a questão visual e alguns gostam da atividade física por si só, para ocupar a mente”, conta Dyego.

A academia é um meio de socialização, além de tudo, uma forma de o idoso se sentir menos excluído. Antônio já faz exercícios que pouca gente mais jovem consegue, pois tem condicionamento físico alto. O comerciante passou por trabalho de força, de corporação, adaptação e coordenação motora que durou três anos, mas admite que, além da saúde, também pensa na parte estética e nos benefícios que a academia traz para o visual.

“Eu comecei a fazer academia pela saúde, para não sentir dores, e por orientação médica também – eu precisava de musculação. Mesmo correndo, eu era flácido, coisa que me incomodava, e agora não sou mais. Até a minha autoestima melhorou”, revela Antônio Cruz.  

De acordo com o personal trainer Fernando Santos, da academia XFusion, manter-se ativo é importante para o corpo.

“A pessoa parada é como se fosse uma ferramenta sem uso, acaba enferrujando, e nisso trava as articulações. O ganho da atividade física é rápido para o idoso, você faz prevenção de quedas, trabalha o equilíbrio, coordenação motora e flexibilidade”, detalha. 

O idoso ativo e disposto chama a atenção pelo cuidado com o corpo e força de vontade. Na rua, Antônio não passa despercebido. O exercício possibilitou que ele fosse reconhecido por ser visto correndo pela praia com frequência. 

“As pessoas me chamam de ‘corredor’, às vezes nem conheço quem fala comigo. Acho que eu dou exemplo para os mais jovens e mais velhos, que me veem fazendo e acreditam que podem também”, finaliza Antônio.