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No Fonseca, a Escola Espaço das Músicas é referência quando o assunto é educação musical
Foto: Lucas Benevides
O que seria da vida sem a arte? Em um mundo cada vez mais preocupado em acumular capital desenfreadamente, é necessário resgatar a sua importância na formação da subjetividade, que começa quando somos criança. É nessa época que precisamos exercer o olhar lúdico, que será fundamental na construção do nosso repertório simbólico, tão importante quanto o ensino tradicional e pragmático.
“Arte é o olhar, o tato, o ouvir, o sentir... A arte está em tudo, você só precisa percebê-la, olhar ao seu redor. Quem não exercita essa percepção cria uma visão pessimista e distorcida do mundo”, argumenta o professor de artes da UFF Pierre Crapez, que acredita ser essencial o estudo de qualquer forma de arte na escola, seja ela música, desenho, pintura, entre outros.
“Estudar arte desde cedo faz com que a pessoa cresça com um pensamento diferenciado. Ela instiga nos alunos um desejo de mundo, uma vontade de viver, de descobrir o novo”, explica.
Quando o assunto é música, a Escola Espaço das Músicas faz questão de levá-lo a sério. Localizada no Fonseca, a escola criada por Heloisa Fidalgo e seu marido há quase 25 anos é referência em Niterói.![]()
Na oficina de desenho que André Velasco dá no Estação do Aprender, o educador trabalha com os alunos não só a criatividade, mas também a interação com o outro, o trabalho em grupo e a capacidade de reflexão
Foto: Lucas Benevides
“Dou aula há 60 anos. Esse ano vou para 61. Alguns dos meus alunos dizem que a música é como uma fuga da rotina deles. É preciso apenas despertar esse interesse na criança. Tenho um aluno excelente de piano, José Eduardo. No início, ele teve dificuldade, mas, conforme foram avançando as aulas, pôde-se perceber o quão talentoso ele era. Hoje, já pensa até em formar uma banda!”, ressalta.
O aluno de Heloisa, que hoje já tem 15 anos, começou aos 11, quando, sem querer, teve a oportunidade de tocar piano em uma festa de família, a partir daí não parou mais.
“Tudo surgiu de uma brincadeira. Um amigo do meu irmão, que é pianista, estava tocando em uma festa em Brasília, foi quando sugeriu que José experimentasse o instrumento. Parecia que ele já era íntimo do instrumento, levava muito jeito”, conta Rosa Maria (55), mãe de José Eduardo.
Voltando de Brasília, por sugestão de um amigo do condomínio, o jovem entrou na escola onde está até hoje. Carlos André Velasco é educador da oficina de desenho do Centro Educacional Estação do Aprender, em Santa Rosa. O professor oferece esta oficina tanto para o infantil, quanto para o fundamental.
Carlos faz uma abordagem desmistificada do desenho, apagando a ideia do dom, trabalhando a ideia do treino constante. Ele considera sua aula tão importante quanto matérias como matemática ou português.
“Na oficina, trabalhamos não apenas o desenho e a criatividade do aluno, mas também a interação com o outro, o trabalho em grupo, a capacidade de concordar ou discordar do outro, sem que seja visto como algo ruim. Isso você não adquire estudando tabuada ou regra de três”, brinca.
Expansão do subjetivo
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