Intimamente jovem

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A ginecologista e nutróloga Suzana Lessa explica que o rejuvenescimento íntimo é feito através do laser, que emite ondas de radiofrequência aos tecidos, estimulando a produção de colágeno e consequente aumento do tônus e da elasticidade da região

Foto: Douglas Macedo

O rejuvenescimento íntimo é um procedimento estético que recentemente começou a se popularizar entre as brasileiras. A técnica a laser é feita em consultório com um aparelho de radiofrequência que emite ondas eletromagnéticas que estimulam a produção de colágeno, o qual para de ser produzido naturalmente pelo organismo aos 25 anos. 

Não existe restrição de idade, mas a indicação é diferente. O rejuvenescimento íntimo é indicado, principalmente, nos casos de mulheres que estão na menopausa, que sofrem com a síndrome do climatério e o hipoestrogenismo, o que representa uma flacidez do canal vaginal e causa a diminuição da lubrificação. 

“Como o canal vai ficando mais atrófico e mais fino, a mulher acaba sentindo mais dores durante o sexo. O procedimento também é indicado para mulheres que acabaram de ter parto natural e para mulheres mais jovens que, mesmo não tendo passado por hipoestrogenismo, ou por um parto, possuem flacidez nos grandes lábios”, explica a ginecologista e nutróloga Suzana Lessa. 

“Tive duas filhas de parto natural e senti muita diferença na percepção do meu corpo e de como ele era antes e depois. A ginecologista que me acompanha me indicou o tratamento. Fiz três sessões e, na primeira, já senti diferença, principalmente na vida sexual, que revolucionou”, conta a fisioterapeuta Graça Ennes, de 38 anos. 

De acordo com a ginecologista, mulheres que tiveram uma perda de peso significativa também podem sofrer com essa flacidez nos grandes lábios. 

“Outro caso comum de flacidez é o excesso de depilação com cera, pois você passa o produto e depois puxa. A cultura do nosso país incentiva as jovens a retirar todos os pelos desde muito cedo e a depilação com cera acelera o processo de flacidez da pele”, reitera Suzana. 

Mulheres com infecções, inflamação ativa no canal vaginal, câncer ginecológico, com prótese metálica, como o DIU de cobre, são contraindicadas ao tratamento de rejuvenescimento íntimo. No caso do DIU de cobre, pode ocorrer uma queimadura uterina por conta das ondas eletromagnéticas, em que a energia é convertida em calor, e a prótese pode esquentar. Mulheres com o SIU hormonal podem fazer, pois o corpo dele é de plástico. 

Antes de se submeter ao procedimento, a paciente deve passar por uma avaliação, em que serão ouvidas suas queixas, se o desconforto está na área externa, ou na área interna, se ela não tem nenhuma infecção, e se os exames ginecológicos estão em dia.

“O processo é rápido e simples. Fazemos uma anestesia local com spray, às vezes usamos um pouco de gelo também. Introduzimos o espéculo vaginal e, em seguida, o aparelho de radiofrequência, que vai disparar as ondas que serão convertidas em calor. Essas ondas produzem pequenas lesões que, quando começam a cicatrizar, estimulam a produção de colágeno, o que deixa a região mais elástica e tonificada. Fazemos em todas as paredes da vagina, na região da uretra, e nos grandes lábios”, elucida Suzana.

 O tratamento é feito em três ou quatro sessões, dependendo da condição de cada paciente, e dura em torno de 30 a 45min cada uma. Segundo a médica, o resultado é visto já na primeira sessão. O intervalo entre uma e outra é de 20 dias, aproximadamente, que é o tempo que o tecido leva pra cicatrizar e voltar a produzir o colágeno. A manutenção é feita a cada um ano.

Os benefícios para a vida da mulher são muitos, tais como o aumento da elasticidade na região íntima, a melhora da lubrificação e da vascularização no contato com o pênis, pois aumenta a fricção e, consequentemente, o prazer. Além disso, se a mulher tiver alguma incontinência urinária leve, isso também melhora, pois fortalece a uretra.

“O tecido vaginal é todo onduladinho. Quando a mulher entra na menopausa, ele começa a ficar liso. O tratamento recupera essa consistência do tecido e a resistência dele no ato sexual. Isso faz a paciente se sentir melhor, ter uma sensação de prazer maior. O benefício não é só estético, é funcional também. A recuperação é bem rápida, e não necessita de nenhum cuidado especial. Depois de cinco dias a mulher já pode fazer sexo, se desejar”, conclui Suzana. 

“Percebi que não conseguia segurar a urina ao fazer exercícios. Então, fiz exames e descobri que estava com uma flacidez na bexiga. Fiz três sessões e, na primeira, já notei que meu corpo havia mudado. A recuperação foi ótima”, finaliza a professora Marcia Oliveira, de 50 anos.