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Luisa Lucena, 20 anos, não descuida da alimentação. Ela toma água com limão espremido todas as manhãs para aproveitar os benefícios da vitamina C

Foto: Douglas Macedo

Ana Carolina Poeys

Alguns alimentos já são, historicamente, conhecidos por serem indicados para aumentar a imunidade. Alho, cebola, gengibre e iogurte, por exemplo, são conhecidos por essa função. Isso não muda de acordo com as estações do ano, mas o que muitos não sabem é que, com o inverno chegando, chega também a típica queda do sistema imunológico, portanto, a atenção na saúde e o cuidado com a alimentação devem ser ampliados.

A nutricionista Rita Melo explica que no inverno o gasto energético é maior porque o corpo trabalha mais para elevar a temperatura corporal, que está mais baixa em função da temperatura externa. De acordo com ela, o ideal é que sejam ingeridos alimentos com maior valor calórico e com mais gordura insaturada, como nozes e castanhas, que melhoram, mas também engordam, por isso a importância de construir uma dieta baseada no perfil de cada pessoa.

O nutrólogo Alexandre Portinho, conta que os principais alimentos que ativam e reforçam a imunidade são a canela, chá verde, tomate, amêndoa, sementes, linhaça, quinoa, feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, cereais integrais, brócolis, rúcula, espinafres, peixes, ovos, carne bovina, frutos do mar, frutas cítricas, além dos prebióticos e probióticos. 

“Para melhorar a imunidade são necessários alguns componentes nutricionais existentes nos alimentos, que ativam a imunidade no intestino. São, principalmente, zinco, selênio, ferro, cobre e vitaminas A, B6, C e E”, explica Portinho. 

No entanto, Rita Melo defende que não é a responsabilidade de apenas um alimento, e sim, a função complementar que ele apresenta. A nutricionista diz que a combinação entre eles e os macronutrientes distribuídos adequadamente (proteína, carboidrato e gordura) que causa efeito na imunidade.   

“As pessoas acabam tendo muito essa ideia, perigosa até, de que um alimento específico vai proporcionar boa saúde, mas isso não existe. Há alimentos que são bons sim para aumentar a imunidade, mas eles não vão atuar de forma eficiente se você não tiver uma alimentação de base adequada. E isso hoje é o que mais se faz de forma errada. As pessoas apostam nesse conceito como se fosse uma verdade, mas aí comem fast food direto, não fazem nenhum tipo de atividade física. É o conjunto de fatores que vai melhorar a imunidade, durante o inverno e em qualquer época do ano”, explica Rita.

A estudante de medicina Luisa Lucena, de 20 anos, programa sua rotina visando manter uma vida saudável com a alimentação equilibrada. 

“Como sou vegetariana, busco suprir minhas necessidades de modo que não afete meu sistema imunológico. Corro na praia pelo menos quatro vezes na semana e todos os dias como semente de girassol, abóbora, castanhas, ovo, grão de bico, brócolis e espinafre. Quando acordo, tomo, em jejum, água com limão espremido porque serve como um antioxidante por causa da vitamina C, além de ser anti-inflamatório. Antes de dormir, tomo um comprimido de probiótico que minha nutricionista passou para manter em equilíbrio da minha flora intestinal, que me ajuda na digestão e na síntese de algumas vitaminas, B principalmente, também absorve cálcio e age no sistema imune porque estimula a produção de imunoglobulinas além de prevenir doenças infecciosas” conta Luisa.

Os probióticos servem para aumentar o valor calórico, e as oleoginosas, como castanhas e nozes, são antioxidantes, responsáveis pela melhoria da imunidade. As castanhas também são fontes de selênio e zinco, importante para evitar gripes. O alho estimula a resposta imunológica e a cebola contém quercetina, que potencializa a função imunológica. Além desses, há a necessidade do consumo de peixes, porque são ricos em ômega 3, e o gengibre, que é um anti-inflamatório. 

No inverno, é comum a substituição de uma refeição por sopa, mas, na maioria das vezes ela é incompleta nutricionalmente. 

“A maioria das pessoas não coloca carne na sopa, por isso a proteína acaba inexistindo. Normalmente, só tem legume e vegetal. Esses caldos são quentes, mas não são nutritivos. Caldo de batata-baroa, por exemplo, é carboidrato puro. Falta fibra e proteína” esclarece Rita.

A nutricionista recomenda também que a realização de exercícios físicos e a ingestão de água, para evitar gripes e viroses. 

“Beber bastante água, fazer alimentação saudável, praticar exercícios, controlar o estresse, descansar, evitar bebidas alcoólicas e não fumar são o segredo da saúde, em qualquer estação”, ensina.