Menos manchas

Revista
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ácido tranexâmico está ficando cada vez mais famoso em tratamentos para a pele

Foto: Pixabay

Por André Bernardo 

Muito conhecido por diminuir sangramentos, o ácido tranexâmico está ficando cada vez mais famoso em tratamentos para a pele. Com ação antifibrinolítica, o medicamento é capaz de diminuir a ativação de uma proteína do sangue chamada plasmina - responsável por degradar coágulos, além de possuir uma relação muito próxima com a pigmentação da pele, já que é responsável por estimular a produção de melanina induzida por inflamação. O ácido tranexâmico, por sua vez, impede a ação inflamatória e, consequentemente, a formação de melanina, que pode aumentar o melasma. 

O melasma é uma manchinha escura que aparece no rosto e normalmente atinge áreas como testa, bochechas, nariz e buço. Sua tonalidade varia de acordo com seu grau, desde o marrom mais clarinho até o bem escuro. Ele possui níveis diferentes, como: superficial, médio ou profundo. E cada nível precisa de um tratamento diferente.

A dermatologista Bruna Fonseca, 41 anos, diz que o melasma pode se desenvolver de várias formas e que as pessoas, principalmente quem já possui, devem tomar os devidos cuidados para não aumentar.

“O nosso corpo produz melanina, que é a principal responsável pela pigmentação da pele, olhos, cabelos e pela proteção da radiação solar. No intuito de proteger a pele, quando há exposição ao calor e ao sol, há uma produção muito intensa de pigmento, o que cria ou intensifica as manchas, resultando no melasma. Ele pode se manifestar por algumas causas como genética; alteração hormonal - que ocorre geralmente durante o período de gestação -, menopausa, pela ingestão de anticoncepcionais; pela exposição cumulativa ao sol. Para quem já tem o melasma, o sol no verão vai intensificá-lo. O estresse também ativa o melasma devido à produção de cortizol, que faz uma bagunça nos hormônios, tornando o pigmento ainda mais escuro”, explica a profissional.

Estudos revelaram que o uso tópico do ácido tranexâmico previne a pigmentação induzida pelos raios ultravioletas, já o uso intradérmico promove rápido clareamento

Foto: Divulgação

O ácido tranexâmico vem sendo muito utilizado por dermatologistas de maneira injetável, através de comprimidos e dermocosméticos. Dependendo do caso, o paciente pode fazer o tratamento através da medicação de uso oral, que possui ação anti-inflamatória, ou de dermocosméticos que, assim como a versão injetável, mostram ser mais eficientes e já vêm sendo utilizados por muitos médicos.

De acordo com o médico Roberto Souto, a aplicação da substância ajuda a conter o desenvolvimento das inflamações no tecido cutâneo, reduzindo, assim, a presença de manchas na pele.

“Tenho obtido resultados positivos com uso do ácido tranexâmico, tanto tópico quanto oral, ou aplicado intradermicamente. Estudos recentes revelaram que seu uso tópico previne a pigmentação induzida pelos raios ultravioletas, já o uso intradérmico promove rápido clareamento. Devido à prevalência crônica do melasma e ao fato de se tratar de algo recorrente, existem diversos estudos que analisam terapias mais satisfatórias do que as já existentes. Os tratamentos com esse ácido possuem efeitos mais satisfatórios em pacientes que apresentam melasma e ainda com baixo índice de efeitos colaterais, como ardência ou irritação na região, após a sua aplicação”, garante.

Os resultados obtidos com o ácido tranexâmico são considerados eficazes e duradouros, ajudando bastante a reduzir o surgimento das manchas. A estudante Júlia Potratz, de 23 anos, vem tratando um melasma genético desde a infância e, há pouco tempo, iniciou o tratamento com ácido trenexâmico.

“Quem tem melasma sabe que o tratamento não é fácil! Exige muita disciplina e força de vontade. Hoje em dia, contamos com novas opções terapêuticas que vêm apresentando ótimos resultados. O tratamento injetável com ácido tranexâmico é uma das opções. Apesar do desconforto inicial sentido após a aplicação do medicamento com a agulha, resisti e reduzi em 50% das manchas de melasma na pele”, comemora.