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Fátima Guimarães e seu celular, que ela usa com o notebook para compartilhar informações
Foto: Marcelo Feitosa
O Brasil é o país da América Latina que mais usa redes sociais de acordo com um estudo divulgado em 2015 pela Eemarketer. São aproximadamente 78 milhões de usuários ativos que postam, curtem ou compartilham diariamente. Constantemente associado a um público mais jovem, no entanto, esses sites podem ajudar os idosos a enfrentar o isolamento social e até desenvolver suas habilidades cognitivas.
Um estudo recente da Universidade de Exeter, da Inglaterra, afirmou que as redes sociais podem ser uma ferramenta importante para o envelhecimento ativo. O projeto dividiu os 76 voluntários, com idade entre 65 e 90 anos, em dois grupos: um continuaria a receber os mesmos cuidados de uma pessoa de sua idade, e outros teriam acesso a um computador touchscreen e teclado. O resultado mostrou que os idosos que utilizaram a internet e as redes sociais adquiriram mais confiança, vida social ativa e melhor memória. A geriatra Fátima Christo afirma que essas ferramentas funcionam como atividades para a “cabeça”.
“As redes sociais funcionam como um ‘exercício de memória’ para o idoso. Ali, ele usa a capacidade de escrever, ler, guardar senhas e também conversar com outros membros da família”, justifica.
No país com mais internautas da América Latina, a terceira idade ainda representa um número pequeno na febre das “redes sociais”. A faixa etária acima de 65 anos representa os que menos usam internet. Enquanto 65% dos jovens (de 16 até 25) utilizam a rede todos os dias, aproximadamente 12% dos idosos fazem o mesmo. Parte dessa estatística, a psicóloga aposentada Fátima Guimarães, 62 anos, não desgruda da tela do notebook e do celular.
“Na rede social comecei a conversar com uma prima distante e com meus familiares. Com o aplicativo de mensagens isso ficou mais prático, surgiram os grupos de parentes. No Facebook, preciso controlar meu tempo, porque, quando eu entro, tenho dificuldade em sair. Cada post vai “linkando” em outro assunto, quando vejo já estou há horas na frente do computador”, brinca Fátima, que usa seu perfil para compartilhar notícias, informações e pesquisar sobre os principais acontecimentos do mundo.
Outra que também está sempre nas redes sociais é Léa Siqueira, 73 anos, que gosta de postar fotos de festas e encontros com grandes amigos. Apesar de estar conectada todos os dias, ela afirma que nunca deixou a internet impedi-la de sair de casa.![]()
Léa Siqueira gosta de postar fotos de festas e os encontros com as amigas
Foto: Arquivo Pessoal
“Gosto de estar a par de tudo, de ver se me mandaram algum recado, as fotos das minhas amigas. Gosto de estar sempre por dentro”, argumenta.
Diferente do que se pensa, o idoso não possui uma dificuldade “excepcional” para usar essa tecnologia. Para o psicólogo Pedro Quevedo é tudo questão de costume.
“O idoso precisa ser incentivado a aprender, como em qualquer fase da vida”, resume.
Léa sentiu a internet mudar rapidamente seu cotidiano, e, hoje, até incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo.
“Tento incentivar meu marido a entrar nesse universo. Com o computador eu escrevo melhor, minha mente está mais aberta e consigo entender meus netos e filhos com mais facilidade. Sinto que rejuvenesci de certa forma depois que passei a explorar esse universo virtual ”, argumenta.
A geriatra Fátima Christo alerta que toda atividade precisa ser iniciada a partir da preferência do idoso.
“O incentivo deve acontecer, mas ele não pode ser forçado a fazer algo que não quer fazer ”, adverte.
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