O prado... o prato... o ponto...

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A filial Rio de Janeiro da casa de carnes paulistana Rubaiyat chegou em 2014. Depois de quase uma década de negociações, finalmente se instalou no Jockey Club, em inacreditáveis 1.400 metros quadrados colados ao prado. A visão das montanhas ao fundo é forte, mas a força mineral cede ante um puro-sangue que passa em marcha de treino, uma categoria acima no mundo animal! Se estiver na imensa varanda em dia de páreo, o espetáculo ganha tons épicos, a força de uma carreira de cavalos de corrida causa impacto.

Não que eu tenha qualquer ligação com o turfe, longe disso, mas lá, ao vivo, o espetáculo se agiganta, impossível não lembrar Ben-Hur. Esse é o prado da Rubaiyat! Mas passemos ao prato. Com sua localização e instalações, quase que se esquece que se está ali para comer. Churrasco, essa instituição brasileira que debocha de fronteiras e se espalha em ritual de todas as tribos. Onde mais se surpreender? Aí, entra o ponto. No “Bushido” do churrasqueiro, carne se come malpassada, assim aprendi com os mestres, desde a infância, e assim sigo combinando sangue e Chianti. Mas o gosto é um espírito traquinas, o malandro prega peças, baralha umas papilas aqui, confunde um olfato acolá e quando menos se espera, se ouve o som da voz de alguém que diz: “Quero o meu beeeemmm passado viu?”.

Depois de algumas felizes experiências na Rubaiyat, resolvi confirmar o que meus olhos me diziam ao bisbilhotar os pratos vizinhos. Incrédulo, pedi, pela primeira vez, minha carne ao ponto para mal. Mesa redonda, cercada por gente profissional do garfo e taça e em cada peça recebida a aula que se deve dar sobre pontos de carne: bleu (quase crua), malpassada, ao ponto para mal e ao ponto. Mudanças sutis, mas fundamentais, diferença entre vida e morte no Shogunato. A carne tem DNA próprio, quase toda vem da fazenda do grupo em Dourados (MS) e na adega estão centenas de opções oriundas de 15 países. 

Batatas suflê

As batatas suflê nascem com uma onomatopeia a tiracolo: puf!! São um primor da Rubaiyat que exigem prática. Coragem:

Preparo:

Descasque as batatas e corte-as em fatias de 2 a 3 milímetros. Seque as batatas com papel toalha e reserve. Em uma panela, esquente ½ litro de óleo à temperatura média onde colocará as batatas por 10 minutos, girando até que comecem a subir e inchar. Enquanto isso, aqueça em outra panela mais ½ litro de óleo em ponto de fervura. Retire as batatas do óleo morno e transfira para o óleo fervente e frite até que fiquem douradas e estufadas. Seque em papel toalha e sirva imediatamente. Puf!!