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Seu índice glicêmico é bem mais baixo que o da batata-inglesa
Foto: Colaboração/Romeu Valadares
Dá vontade de contar uma lenda da mitologia grega, mas “Ipomoea batatas” é só o nome científico da nossa popular batata-doce. Nativa da América do Sul e Central, onde indícios arqueológicos apontam seu consumo há distantes 10 mil anos, ela foi levada para a Europa pelas mãos de Cristovão Colombo. Hoje a China produz e consome mais que as três Américas juntas, colocando a batata-doce entre as hortaliças mais importantes do mundo. No Brasil está entre as cinco hortaliças mais produzidas e é uma das 10 mais consumidas. Ainda é pouco! Ela tem cinco vezes mais cálcio, o dobro de fibras e mais potássio que a batata-inglesa.
O que temos como resultado de seu consumo é a estimulação do intestino, melhora no controle do diabetes, do colesterol e ainda ajuda na perda de peso. O segredo? Bem, o segredo está no que se chama amido resistente, apesar de ser um carboidrato, ele se comporta como uma fibra insolúvel e resiste às enzimas do intestino delgado, que não conseguem digeri-lo, além de atrair as moléculas de gordura e açúcar que acabam por serem absorvidas mais lentamente.
Com seu índice glicêmico bem mais baixo que o da batata-inglesa, a doce faz com que a entrada de glicose no sangue seja mais lenta e, assim, fica mais fácil controlar as taxas de açúcar. Segundo o College of Agriculture and Life Sciences dos EUA, graças a esse baixo índice glicêmico, a batata-doce auxilia na perda de peso. Mas o melhor de tudo é ela ser simplesmente gostosa.
Preparo:
Cozinhe sempre com a casca para conservar os nutrientes, resfrie e guarde com a casca na geladeira até a hora de usar. Fogo baixo, já que a batata se torna doce na cocção, graças à atividade de uma enzima que ataca o amido e o transforma em maltose a partir de 57º C e para a partir de 75º C. Minha descoberta do prazer da batata-doce veio com os ceviches, mas uma salada de atum fresco, selado em chapa de ferro bem quente, para ficar meio cru no meio, cubos de batata, cebola picada, pepino em conserva, cenoura escaldada, alcaparras, salsa, um pouco de aneto, suco de um limão, azeite para regar, sal e pimenta-do-reino para temperar, e uma boa colherada de maionese para ligar, faz a alegria de um bom sauvignon blanc, ou no melhor sonho, um Thalassitis feito da uva assyrtiko, na ilha grega de Santorini, encontrado no Brasil pelas mãos da Mistral. Uma experiência mitológica.
O segredo da ipomoea
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