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Katia de Souza da Silva Matola se apaixonou pelo eneagrama, que lhe permitiu controlar suas atitudes impulsivas e melhorou o relacionamento com o pai e no trabalho

Foto: Lucas Benevides

Eneagrama vem do grego “ennea” e “grammos”, que significam nove e figura, respectivamente. Desta forma, eneagrama faz referência a uma figura de nove pontos, e o eneagrama de personalidade, como é chamado, é um sistema dinâmico, criado há 3.000 a.C. na Alexandria, que aborda a existência de nove tipos de padrões de comportamento, pensamento e emoções. 

“O eneagrama é como um mapa que nos direciona e dá sentido à vida a partir da descrição de nove maneiras básicas de ver, sentir e atuar no mundo. Hoje, somam-se a ele várias outras teorias de personalidade dentro da psicologia, além de conhecimentos de sociologia e antropologia, que contribuem para o autoconhecimento”, clarifica a psicanalista Carmen Cyrino.

Perfeccionista, altruísta, bem-sucedido, romântico, observador, questionador, sonhador, chefe e mediador são as personalidades que compõem a figura geométrica de nove pontas. Essas personalidades são constituídas ainda muito cedo e, para alguns autores, até na barriga da mãe, como um mecanismo de defesa a partir de diversos fatores. 

“O nosso próprio DNA e ‘fatores socioeconômicos, políticos, religiosos e climáticos’ fazem com que nós nos identifiquemos com uma das personalidades. No entanto, só enxergamos 1/9 da realidade e isso gera muitos problemas em nossa vida”, explica.

Personalidade identificada, o próximo passo é compreender que a personalidade – cujo termo vem de “persona”, máscara – não o define, mas sim, sua essência, que é desconhecida. A partir do eneagrama, a pessoa pode enxergar em si um mundo até então desconhecido. 

“Para o eneagrama, nós vivemos em um sonambulismo constante e, por isso, muitas vezes, nem entendemos porque estamos manifestando aquela realidade. Quando percebo que estou ‘persona’, mas sou ‘essência’, passo a ser o agente de transformação de mim mesmo e passo a viver em um estado desperto para a vida”, explica a profissional.
A possibilidade do autoconhecimento que a ferramenta vinda do oriente proporciona acaba por refletir nas próprias relações pessoais do praticante. Foi o que o engenheiro Fiel Ribeiro Matola Filho, 30, constatou após fazer o curso acompanhado da esposa, Katia de Souza da Silva Matola, 35.

“Você entende não só os seus sentimentos, suas ansiedades e anseios, mas acaba entendendo o outro e encontra os motivos de cada um ser único. Você compreende o porquê de seu pai, sua mãe e seus amigos serem daquele jeito e começa a respeitá-los e ouvi-los mais”, revela o engenheiro, que ficou tão encantando com a metodologia aplicada da técnica que, atualmente, também ministra cursos de eneagrama de personalidade e está lançando um livro de ficção baseado nas personalidades previstas nele, intitulado “Os Noves Suspeitos”.

Katia também se apaixonou pela ferramenta, que lhe permitiu controlar mais suas atitudes um pouco impulsivas e explosivas.

“No início, foi um pouco confuso, mas, depois que absorvi o conteúdo, fiquei mais atenta às minhas ações. Os meus amigos mais próximos e o Fiel puderam notar uma melhora, como eles eram os que mais sofriam com meu temperamento. Com o eneagrama, passei a observar mais as pessoas e a compreender suas necessidades. Melhorou o meu relacionamento com meu pai e no trabalho. É uma ferramenta poderosa”, aconselha. 

O eneagrama de personalidade é indicado para quem busca autoconhecimento, crescimento pessoal e a transformação de sua realidade. É frequentemente usado em empresas, escolas e aplicado com pessoas a partir dos 21 anos, no entanto, também pode ser apresentado às crianças em workshops.

“Para o jovem é interessante por mostrar sua essência e que o mundo não é tão intenso e deslocado da realidade como ele está começando a acreditar que é”, finaliza Carmen Cyrino.