A pele no frio

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A dermatologista Vanessa Metz explica que o frio propicia coceiras e irritações na pele

Foto: Divulgação

Carolina Ribeiro

Niterói não é conhecida por suas baixas temperaturas, mesmo assim, durante o inverno, o niteroiense já sofre com o clima na cidade.

Essa época do ano também pode ser prejudicial à saúde e aparência da pele do rosto e do corpo, que resseca com mais frequência e facilidade. Segundo a dermatologista Vanessa Metz, isso ocorre porque, nessa parte do ano, há uma diminuição da transpiração e menor umidade do ar.

“A água presente no nosso corpo não consegue ficar retida na pele e evapora com mais facilidade, deixando a mesma ressecada, com áreas craqueladas, ásperas e discreta descamação esbranquiçada”, descreve a profissional.

Ainda de acordo com a médica, a aparência não é o único malefício desse ressecamento. É muito comum o aparecimento de coceira e irritação, podendo desenvolver pequenas feridas.

Ela diz que, por conta das baixas temperaturas, as pessoas tendem a ficar em ambientes mais fechados e sem circulação de ar, aumentando a exposição da pele – já sensível e vulnerável – a vírus e bactérias.

Muitas vezes, ações diárias podem ser prejudiciais. A coordenadora do departamento de Laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ), Gabriella Albuquerque, dá dicas preciosas.

“As esponjas e buchas vegetais devem ser eliminadas do nosso hábito diário, definitivamente. Os banhos demorados e muito quentes devem ser reduzidos, pois eles retiram o manto lipídico (cobertura de gordura na superfície cutânea, responsável por manter a hidratação da pele).

Também deve-se evitar o excesso de uso de sabonete. São dicas que ajudam a agredir menos a barreira de proteção presente na pele”, alerta a dermatologista, que diz que o uso de hidratantes também é importante, principalmente após o banho, quando o corpo ainda está úmido.

Segundo Gabriella, este momento é ideal, pois é possível reter a água entre o hidratante e a pele, aumentando o benefício. Quando a pele está hidratada, está menos suscetível a infecções e alergias.

Essa época do ano também pode ser prejudicial à saúde e aparência da pele do rosto e do corpo, que resseca com mais frequência e facilidade

Foto: Divulgação

Gabriella explica, ainda, que com a barreira de proteção danificada, algumas dermatites (inflamações na pele) podem piorar nesta época do ano, como a dermatite atópica e a seborreica. Portadores de psoríase e de ictiose (doença de pele) devem ter um cuidado ainda maior neste período. 

“É importante ressaltar que até pacientes que costumam ter pele oleosa no verão podem sentir o ressecamento nesta época do ano. Os produtos voltados para acne como peróxido de benzoíla e ácido retinoico podem deixar a pele muito sensível, podendo ser tratadas com o auxílio de um hidratante.

O uso desses tipos de creme, que servem para tratar a pele e deixá-la mais bonita e cuidada, são importantes. Vanessa ressalta que é preciso identificar os de melhor qualidade, que, de fato, fazem efeito.

“Não procure por produtos que dão apenas um cheiro perfumado, busque cremes corporais com potentes ativos hidratantes, como glicerina, ureia, lactato de amônio, ácido hialurônico e estimuladores de aquaporinas”, ensina a médica, complementando que, no inverno, quem tem a pele ressecada pode apostar na hidratação de duas a três vezes por dia. “Quem tem a pele normal, mista e oleosa, apenas uma vez é o suficiente. Outro hábito que não pode faltar é a ingestão de água. 

O corpo sente falta de hidratação e o líquido é fundamental para essa reposição. Quando o rosto estiver ressecado, a indicação é lavar a área com água mineral, por ser livre de agentes químicos que influenciam ainda mais no ressecamento”, alerta Vanessa.

Ela indica, ainda, o uso de óleos corporais para o banho, que hidratam e são importantes para manter a elasticidade e o tônus da pele. Há os de jojoba, abacate, damasco, amêndoa doce, óleo de coco e outros, a critério de cada um.