Terra da banana

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Foto: Colaboração Romeu Valadares

Uma vez me perguntaram qual ingrediente, tendo que escolher um só, poderia melhor representar a nossa gastronomia, a resposta saltou seca da boca: a mandioca na sua forma de farinha. Se tivesse espaço para uma segunda ideia, de estalo, diria: banana! Se sua origem é, como todos os registros apontam, o sudeste asiático, há muito suas raízes se espalharam por cada região tropical e subtropical do planeta. Com certeza, nós, brasileiros, temos com ela uma familiaridade ancestral. Pudera, já enfeitavam as matas de Pindorama muito antes da chegada das naus portuguesas. Estamos entre os 10 maiores produtores do mundo, liderados com larga margem pela Índia, que por sua vez consome mais que exporta. São muitos os aspectos culturais envolvendo a fruta, na China, por exemplo, chamam de banana a um asiático que demonstre um comportamento ocidental: amarelo por fora, branco por dentro. Na cozinha, as bananas frequentam pratos quentes, principalmente em guarnições, alvos frequentes da criação de chefs em busca de regionalidade nas suas criações. Na doçaria, habita de maneira bem mais frequente o cotidiano das casas brasileiras em bolos e bananadas de todos os tipos.

Peixe gosta de banana 

E quem não gosta? Passeando pelo mercado de peixe, sim, pois lá se vai para passear, o produto é que pode surgir ou não e decidir se vai ou não para sua casa. Esbarrei num grande cherne, bicho de vida longa que passa dos 80, trouxe um belo naco de seu filé, uma extravagância nos tempos que correm (R$ 99/kg) e resolvi homenageá-lo com um purê de banana da terra. O peixe grelhado a centímetros da brasa viva. As bananas, com as extremidades cortadas, bem nas pontas, cozinhei em caldo rico de cascas de camarão e aparas de peixe. Bati num processador com um pouco de leite de coco que deixei em infusão com alecrim e açafrão. Temperei com sal e servi com pimenta de cumaru. Enfim um orgulho do Brasil! Para taça, não é preciso nem dizer, aqui “noblesse oblige” um vinho brasileiro. Vou de Virtus Chardonnay, comprado na MLopes (mlopesvinhos.com.br), simpática loja de vinhos e petiscos dentro do clube AABB de São Francisco, aberta não só aos sócios, mas ao público em geral que pode comprar vinhos ou sentar para beber e comer com conforto e segurança.