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A psoríase atinge cerca de 1% a 3% da população mundial
Foto: Reprodução de internet
Doença permanente, sistêmica (que acomete vários órgãos e sistemas), inflamatória e não contagiosa, que afeta a pele e as articulações, a psoríase atinge cerca de 1% a 3% da população mundial. A boa notícia é que existem novas medicações em estudo, algumas na fase final para aprovação. Segundo Paulo Oldani, especialista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), recentemente, mais um novo medicamento foi aprovado para o tratamento da doença pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ainda de acordo com Oldani, essas novas medicações vêm mudando os objetivos do tratamento, e é esperado uma regressão praticamente completa das lesões. Vale lembrar, no entanto, que devido ao alto custo e por serem muito novas e pouco conhecidas, mesmo os estudos demonstrando um perfil de segurança muito bom, ainda são reservadas para casos especiais, nos quais o paciente tenha o tipo grave da doença e que já tenha usado os tratamentos tradicionais sem melhora. O acesso a essas novas medicações ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de portadores de psoríase, exceto aqueles que apresentam artrite psoriásica, que além da inflamação na pele e da descamação, causa fortes dores nas articulações.
Os sintomas da psoríase são cíclicos, desaparecem e reaparecem periodicamente. “Não existe uma causa definida para a doença. Sabe-se que ela apresenta uma origem imunológica e com predisposição genética, porém, a influência de múltiplos fatores ambientais pode levar ao desencadeamento ou à piora da doença, como infecções, tabagismo, estresse e trauma”, explica a dermatologista Claudia Maia, membro da SDB.
Há vários tipos de psoríase e entre as opções de tratamento, para os casos leves, recomenda-se, por exemplo, a exposição moderada à luz solar e uso de pomadas e hidratantes. Os moderados podem envolver também a fototerapia, que é o tratamento com raios UV A e B. E apenas em casos severos é feito o tratamento sistêmico, por conta dos efeitos colaterais envolvidos.
“Na psoríase moderada à grave, a fototerapia deve ser a primeira opção terapêutica. Embora este tratamento esteja na lista de terapias oferecidas pelo SUS, poucos são os hospitais públicos no país que têm equipamento, que é de fácil manejo e de baixo custo. Além disso, mesmo na rede particular, há dificuldade de acesso dos pacientes ao tratamento, já que é necessário o comparecimento de, no mínimo, duas vezes por semana ao consultório. É uma terapia contraindicada para pessoas com predisposição a câncer de pele e doenças induzidas por radiações”, explica Claudia Maia.
De acordo com os especialistas, não há como prevenir a doença, embora seja possível controlar a reincidência e chegar à cura clínica. Ainda não é possível, no entanto, afirmar que a doença não vai voltar após o desaparecimento dos sintomas. A patologia também pode ter interferência na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. De acordo com dados da Associação Psoríase Brasil, através de pesquisas com 2.108 pacientes voluntários, portadores da doença são vítimas constantes de preconceito e discriminação. O levantamento mostrou que mais de 37% dos afetados já foram tratados com diferença em alguns ambientes e 48% mudaram hábitos de rotina para evitar constrangimentos. Nesse contexto, 81% tiveram autoestima e vaidade afetadas.
De olho neste cenário, a SBD criou uma campanha nacional de conscientização da psoríase. “A campanha tem como principal objetivo aumentar o conhecimento da população sobre a doença. Os pacientes que apresentam psoríase muitas vezes não conhecem a patologia e são vítimas de preconceito. Acreditamos que quanto maior for o conhecimento sobre isso, maior a chance dos pacientes se motivarem a procurar tratamento médico especializado com o dermatologista. Com o tratamento é possível controlar o problema e devolver qualidade de vida para os pacientes. Atualmente, mantemos o site www.psoriasetemtratamento.com.br, que traz informações e dicas para os pacientes, fazendo com que eles convivam melhor com a doença”, afirma Marcelo Arnone, coordenador da campanha.
O especialista destaca ainda que a campanha vem conseguindo, ano a ano, aumentar a abrangência. “Nossos planos são de ampliar cada vez mais o alcance da campanha, tornando a doença cada vez mais conhecida e que seus portadores sofram cada vez menos com o preconceito”, conclui.
Psoríase - sem preconceito
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