Pé na areia

O restaurante Pesqueiro, na orla da Praia da Reserva, na Barra, fica literalmente na areia

Foto: Divulgação/Marcos Rocha

Além de esfoliar os pés, andar na areia ainda possui uma função relaxante. Sem contar que, onde há areia, há também um belíssimo visual, lugar ideal para fugir da correria rotineira. Alguns estabelecimentos, como pousadas e restaurantes, entram para a categoria “pé na areia”: na qual uma praia é o maior atrativo do seu “quintal”. 

Imagine uma pousada a 50 metros da Praia de Camboinhas, um casarão colonial rústico e, ao mesmo tempo, sofisticado, com piscina, brisa do mar, sombra e água fresca. Essa é a Pousada Casa das Janelas Azuis. Os nomes das suítes são em tupi, retratando os nomes dos bairros da cidade. Já o nome da pousada, segundo o sócio-proprietário Leandro Magaldi, surgiu depois da experiência de viver em Lisboa, na rua das janelas verdes, e por admirar as janelas azuis do sul da França.

“Depois de residir na Europa por três anos, surgiu a ideia de mostrarmos para o Brasil e o mundo como é bonito o litoral de Niterói, especificamente Camboinhas. A pousada que é um casarão colonial oferece toda uma brasilidade através da cultura brasileira, e com um diferencial: a um passo da praia. Como possuímos suítes luxuosas, com espaço para spa e todo um ambiente harmônico, atraímos a atenção de cerimonialistas e noivas para proporcionar o famoso Dia das Noivas na cidade, que usufruem do conforto e tranquilidade para terem um dia especial”, argumenta.

Hoje, a pousada recebe hóspedes moradores do Rio e até mesmo de Niterói e das regiões vizinhas. Sem contar as pessoas que querem aproveitar o fim de semana sem ter que sair de carro. 

A Pousada Casa das Janelas Azuis, em Camboinhas, é um casarão colonial a 50 metros da praia

Foto: Divulgação/Flávio Saturnino

“A pousada vai além de uma simples estadia. Agregamos em cada canto o espírito de paz, relaxamento, tranquilidade. Em breve, teremos workshop com chef e sommeliers, serão realizados a partir do inverno, assim como jantares”, destaca Leandro.

No caso de Marcus Vinicius Barreto, dono do Pesqueiro – restaurante na orla da Praia da Reserva, na Barra, especializado em culinária caiçara e mediterrânea – tudo começou com o seu pai, há mais de 25 anos. Naquela época, não existia quiosque, o empreendimento era um trailer. Ao longo desses anos, o Pesqueiro passou por algumas mudanças, primeiro de endereço. Ficavam na orla da Praia da Barra, em frente ao antigo Barril 8000. Há 15 anos, mudaram para a Praia da Reserva, com apenas um quiosque.

“Comecei a trabalhar com ele aos 15 anos. Vinha da Tijuca na sexta e passava o fim de semana inteiro no trailer trabalhando com ele. Cresci vendo o amor do meu pai pela praia e por servir às pessoas. Em 2017, fizemos uma reforma e, atualmente, são quatro quiosques, divididos em restaurante, bar, cozinha e varanda lounge. Nosso conceito gastro beach une praia, música, gastronomia, coquetelaria, ambientes distintos e aconchegantes, atendimento exclusivo e uma programação deliciosa”, afirma.

Apostando no conceito de “beach bar”, o Viene, na Praia de Piratininga, vive desde fevereiro uma nova fase, totalmente inserido em uma paisagem de tirar o fôlego

Foto: Divulgação

Há quatro anos, o Viene abriu suas portas perto de Itacoatiara, inaugurando o conceito de gastrobar na região. Na época, o foco era a noite, com um cardápio que privilegiava os petiscos, uma carta de cerveja com 130 rótulos e mais de 40 drinques. No entanto, recentemente, o sócio-proprietário Alexandre Caldas, numa caminhada matinal pela Praia de Piratininga, ficou encantado com o imóvel onde hoje funciona o Viene. 

“Daí para todo o resto foi uma questão de tempo. Demos o sobrenome de Beach Bar e começamos uma nova fase em fevereiro deste ano. Estamos inseridos num ambiente de muita beleza natural, saúde e paz. Esse é o conceito que norteia nossa operação. Sou oriundo do mercado financeiro, da área de seguros. Já havia tomado a decisão, há cinco anos, de sair e buscar projetos que melhorassem a minha qualidade de vida. O Viene foi o principal, mas quem diria que, quatro anos depois, pudesse melhorar ainda mais. Hoje, o binômio qualidade de vida e trabalho exerce significativo papel na minha vida”, pondera.

De acordo com a engenheira sanitária e ambiental Fernanda Leal, antes de se implantar um empreendimento deste porte em balneários, praias e ilhas, é necessário realizar um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e produzir o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) cumprindo a Resolução do CONAMA 260 de 1999, do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e cumprir a lei 6.938 de 1981, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

“De posse desses estudos, deve-se pedir os licenciamentos necessários para a execução do projeto aos órgãos competentes como o Ibama e órgãos ambientais do estado e município. Dentro da legalidade, empreendimentos como resorts, pousadas e clubes em praias, balneários e ilhas que continuem preservando o entorno são ótimos para turistas que gostam de contemplar o meio ambiente. O correto é sempre colocar a preservação do meio ambiente em primeiro lugar”, ressalta Fernanda.