Rosto mais anguloso

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A cirurgia remove uma bola de gordura presente nas bochechas (chamada bola de Bichat), o que garante o afinamento do rosto

Foto: Douglas Macedo

No afã de tirar a selfie perfeita – preocupação persistente entre os mais vaidosos – a finura, limpeza e simetria do rosto se tornaram uma obsessão. Mas, no momento em que a maquiagem, a busca pelo melhor ângulo e os aplicativos de edição de imagem deixam de ser as alternativas mais eficazes, para muitos, o jeito é recorrer aos procedimentos cirúrgicos. Foi por isso que, há cinco anos atrás, se popularizou a bichectomia, querida entre os que rejeitam as “bochechinhas” avantajadas. 

Segundo o cirurgião dentista Frederico Carnevale, o procedimento nasceu com fins unicamente estéticos. 

“Bichectomia é o nome técnico da cirurgia usada para diminuir o tamanho das bochechas deixando o rosto mais fino e com as ‘maçãs’ mais definidas. A cirurgia remove uma bola de gordura presente nas bochechas (chamada bola de Bichat) – por isso o nome, bichectomia”, explica Frederico, que diz que apesar de estar em alta há só alguns anos, não é tão novo quanto imaginamos.  

“Antes de começar a ser feita isoladamente, desde os anos 80, a bichectomia era realizada concomitantemente à cirurgia ortognática – que corrige assimetrias faciais – visando refinar o resultado estético facial”, conta.

A bichectomia também costuma ser feita em pacientes com muito volume na região da bola de Bichat, os quais, em função disso, acabam mordendo muito as bochechas. De acordo com o especialista, o movimento repetido na parte interna da bochecha pode causar lesões na cavidade oral que podem levar ao mau hálito e doenças na boca e gengiva.

Aline Tinoco fez a bichectomia recentemente e elogia os resultados, assim como a recuperação

Foto: Douglas Macedo

O dentista Marcos Vianna de Pinho, que trabalha com bichectomia há mais de dois anos, diz que os efeitos mais evidentes proporcionados pela cirurgia são o blush – a marcação na região da bochecha –, e a diminuição do “bigode de chinês” – traços que vão da lateral do nariz ao canto dos lábios. Mas, só começam a aparecer depois de seis meses passados da cirurgia, já que a recuperação pode ser complicada e exige alguns cuidados.

“Nós rompemos o músculo bucinador – que fica na parte interna da bochecha – dos dois lados, o que causa o chamado trismo, que a pessoa fica um tempo sem conseguir abrir a boca. Com isso, durante um tempo, a alimentação deve ser líquida e pastosa; deve-se evitar alimentos quentes para não ocasionar sangramentos e atrapalhar a cicatrização; e no pré-operatório é fundamental que o paciente tome os medicamentos corretos”, adverte o dentista.

Marcos também esclarece que, no decorrer da vida, a bola de Bichat sempre estará ali. Ela pode aumentar e diminuir de tamanho, mas só sai com a cirurgia. O que realmente dá a impressão de inchaço no rosto é a gordura subcutânea que a pessoa desenvolve quando engorda, mas quando removida, a bola de Bichat nunca mais volta.

“Alguns profissionais defendem que não se deve retirá-la por completo, mas como é algo que mesmo com a ressonância não dá para mensurar, eu opto por remover tudo”, opina.

Uma de suas clientes, Aline Tinoco, de 43 anos, que fez a cirurgia há aproximadamente um ano, comenta que obteve ótimos resultados e que sua recuperação foi simples e rápida, mas acredita que o pré-operatório foi fundamental nesse processo.

“Meu rosto sempre foi muito ‘gordinho’. Quando eu conheci a bichectomia me interessei na hora. Fui no consultório e segui todas as orientações que o doutor me passou, e correu tudo bem. Em menos de uma semana, as bochechas já tinham desinchado bastante, e em seis meses meu rosto já estava bem diferente do que era antes da cirurgia. Estou muito satisfeita.”