Sobre rodas

Revista
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Todo segundo sábado do mês, o grupo “Patins Niterói” se reúne no Teatro Popular para dividir a paixão pelos patins

Foto: Divulgação / Felipe Cardoso

Patinar pode ser uma excelente alternativa para quem estiver à procura de uma atividade física para fazer em Niterói. E não tem desculpa para não tentar, pois, aos fins de semana, milhares de pessoas se reúnem em torno do Teatro Popular Oscar Niemeyer, no Centro, tanto para patinar, quanto para ensinar os novatos sobre a prática. E sem cobrar nada por isso. No grupo “Patins Niterói” é assim, basta querer. De acordo com os organizadores, sempre acontece uma procura maior nas férias e, por isso, o número de participantes a partir de dezembro deve chegar a 4.500 pessoas.

A filosofia do “quem sabe mais ajuda quem sabe menos” encantou o militar Iusley Alves, 25, morador de São Gonçalo, que frequenta o grupo há 3 anos. 

Conheci o “Patins Niterói” em 2014, através de um amigo, quando estava tentando aprender a andar de patins. Inclusive, foi o grupo que me ensinou várias coisas. A partir daí, aprendi várias coisas e acabei virando um dos administradores do grupo, ajudando a disseminar a patinação pela cidade.

O grupo surgiu em 2013 e, por um tempo, se organizava para andar no Rio de Janeiro. Para os primeiros integrantes, Niterói não tinha um local ideal para patinar. Até que surgiu a ideia de mapear esses possíveis locais na cidade, como lembra um dos administradores do grupo, Nuba Princigalli, 35 anos.

"Sempre tinha um ou outro patinador ‘perdido’ pelas ruas que a gente convidava para se juntar. Enquanto aumentava o número de participantes, começamos a identificar bons lugares para patinar em Niterói, como a Praia de Piratininga, algumas ruas em São Francisco e a Praça Juscelino Kubitschek, no Centro. Na época, cheguei a ir ao Teatro Popular Oscar Niemeyer, falei com o diretor, mas era proibido”, lembra.

A partir de 2014, já no Teatro Popular Oscar Niemeyer, começou a acontecer o Roller Popular. São 22 mil metros quadrados e, de acordo com Princigalli, não há nenhum outro espaço na região que chegue perto do Popular. 

Expectativa é que o evento atraia nas férias cerca de 4.500 pessoas

Foto: Divulgação / Felipe Cardoso

“Passamos a oferecer workshops de técnicas básicas, de como cair, frear, enfim... Mas o objetivo do grupo sempre foi oferecer atividades gratuitas e incentivar a troca de conhecimento. O grupo é basicamente de Niterói e São Gonçalo, mas vem gente de lugares bem distantes porque o ambiente é amigável e receptivo”, ressalta o administrador.

Foi outro administrador do grupo, o militar Danillo Abrantes, de 26 anos, que começou a utilizar o espaço, atraindo outros patinadores, até ganharem o apoio da administração pública. 

“Percebi aquela área maravilhosa, comecei a frequentar com mais duas amigas, vi que ninguém reclamava, convidei os outros membros do grupo. Com o crescimento dos frequentadores, o pessoal do teatro resolveu fazer uma parceria e conseguimos manter um evento mensal na agenda de cultura da cidade, o Roller Popular, todo segundo sábado do mês”, destaca Abrantes.

Danillo também gosta de lembrar os benefícios físicos e psicológicos do esporte.

“As pessoas nos veem na internet ou na rua e depois chegam cheias de timidez. Mas logo nossos voluntários se apresentam e começam a interagir. Fora os ganhos para a saúde. Minha resistência melhorou muito. Tenho problemas com ansiedade e sentir o vento no rosto faz me sentir muito melhor. Tenho até uma amiga que perdeu cerca de 10kg patinando em seis meses”, destaca o patinador.
Todas as atividades do grupo são registradas através das lentes de Felipe Cardoso, 29 anos, que compartilha pelas redes sociais imagens de tirar o fôlego. 

“Tanto as fotos quanto os vídeos repercutem bastante. A cada dia que passa, estamos com mais adeptos, mais visualizações, pessoas querendo vir pra Niterói só pra conhecer e andar com a gente, quem ganha com isso é o esporte. Faço por prazer, é um hobby que tenho desde criança, sempre fui o chato que está com a câmera na mão registrando tudo. Participar do grupo é pura energia, a galera é super animada, conheci muita gente legal graças à patinação. Percorremos as ruas de Niterói pela noite, isso é uma das coisas que mais têm me deixado animado”, revela Felipe. 

Pelo Instagram, a advogada Amanda de Luna, 27 anos, moradora de Icaraí, encontrou o grupo. Agora, semanalmente, ela desliza pela cidade rodeada de amigos.

“Eu tinha acabado de comprar o meu patins, não sabia como nem onde seria legal usá-lo. Procurando na internet encontrei eles. Comecei a interagir, fui ao Caminho Niemeyer e me apaixonei. É um clima de apoio mútuo o tempo todo, quem aprende alguma coisa já começa a ensinar. De certa forma, a gente espalha essa mensagem de que sempre podemos oferecer algo de bom para os outros”, conclui a advogada.