O que é ser autêntico? Não vale dizer que é o que tem autenticidade…
Ser autêntico pode ser ter a origem comprovada por alguma coisa, por exemplo, os vinhos de denominação de origem controlada, ou os produtos pelo mundo com regras para serem considerados de determinada qualidade ou região. Algo ser autêntico pode ter relação com sua autoria ser atestada, como a invenção do ar-condicionado, ou origem da máquina de costura. Mas por aqui quero conversar sobre a autenticidade que significa ser verdadeiro, legítimo, genuíno. Aquilo de que tem um DNA bem-determinado, tem alma.
No mundo da gastronomia, isso é um vespeiro. Afinal, como ser autêntico num meio em que parece que já fizemos de tudo? Isso é perfeitamente possível, real e factível.
Não é incomum cozinheiros, Chefs e empreendedores se depararem com produtos que se parecem tanto com os seus, que lhes parece plágio. Eu mesmo já me deparei, mais do que dedos tenho, com cardápios, negócios e empreitadas parecidas - ou iguais - às minhas. Alguma vezes, “livremente inspiradas” ou “me baseei em você” parece um sopro distante da cara de pau da cópia chinfrim. A propriedade intelectual no meio é subjetiva. Quem afinal pode atestar que foi cópia? Ou livre inspiração descarada e malfeita?
Ademais, “Nada se cria, tudo se copia”, dizia Lavoisier. Só esquecem que ele disse isso referindo-se à natureza, e não à natureza do homem.
O copiador chinfrim não percebe o quanto ele se expõe. Se foi copiado, é porque o original é um sucesso (até porque, se o cidadão copiador copiou um insucesso, ele por si não merece nosso valioso tempo). Assim sendo, quando o ser humano copia um sucesso em curso, evidentemente, ele está, descaradamente, copiando. Afinal, o cliente está ciente que é uma cópia, e só a compra se esta tiver qualquer vantagem em relação ao original, especialmente em relação ao preço, concorda?
O copiador chinfrim também não percebe que está metido numa enrascada. Ou ele vai copiar pra ficar o mais parecido com o original, a despeito de criar o máximo de valor possível para o seu, ou ele vai se “inspirar livremente”, tentando fazer, disfarçadamente, o mais parecido. Em ambos os casos, é improdutivo e gasta mais energia do criar um novo.
Eu que tentei criar diferenciais competitivos nos meu produtos, serviços e negócios por toda a vida, já quase caí nessa armadilha; ainda assim, não consigo entender como alguém prefere a cópia. Uma das partes mais bacana é a visão de um novo produto, receita ou negócio. Quando você cria, inventa e inova. Nem estamos aqui falando de inovações disruptivas, aquelas que surgem com coisas que quebram os paradigmas, mas as incrementais, as que variam de coisas que estão aí, no inconsciente coletivo para serem descobertas.
O copiador sempre está um passo atrás. Ele nunca será igual ao original, sempre estará “correndo atrás” e sempre vai sofrer com comparações. Ao copiado sobram a chance de se sentir orgulhoso de sua cria ou de ficar chateado porque o chinfrim o copiou.
Mas o que atesta que o original assim o é? Bem, aí é outra história...
A subjetividade de ser autêntico - cópia e plágio
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