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Para o cirurgião plástico André Mattos, antes da cirurgia, é preciso avaliar as condições de saúde do paciente e se há algum risco no procedimento

Foto: Evelen Gouvêa

Por André Bernardo

A vaidade não tem idade! Essa frase é cada vez mais verdadeira, pois homens e mulheres mais velhos também querem se sentir bonitos ou melhores consigo mesmo. Os sinais de envelhecimento acabam aparecendo, mesmo que em menor grau. Neste caso, a cirurgia plástica na terceira idade é uma opção válida, entre outros procedimentos.

Quando se chega em uma idade mais avançada, a aparência é um reflexo dos cuidados que a pessoa sempre teve com o corpo, mente e pele. Pessoas que ficaram longe do cigarro e do álcool, que se protegeram do sol e que tiveram uma alimentação saudável certamente vão ter um aparência mais jovem do que aquelas que não seguiram essas recomendações.

Antes de se submeter a qualquer cirurgia, é preciso avaliar as condições de saúde, verificando a presença de doenças preexistentes, problemas de coagulação e cicatrização e complicações que inviabilizem o procedimento. Em pessoas idosas, essa avaliação deve ser ainda mais criteriosa, pois pessoas dessa faixa etária podem apresentar uma maior dificuldade de recuperação ou mesmo as condições que tornam uma cirurgia estética perigosa.

O cirurgião plástico André Mattos diz que a terceira idade é um conceito do qual os seus pacientes querem fugir. Fazer um procedimento ou cirurgia, na maioria das vezes, é por questão de estética, mas claro que isso também melhora a autoestima e a saúde do paciente.

“Realmente o risco de uma cirurgia em alguém com mais de 60 anos é maior do que em um paciente mais jovem. Pra isso que, justamente, servem os exames pré-operatórios: exames de sangue, risco cirúrgico, entre outros. Dependendo do tipo de cirurgia, peço uma prova de força. Se o paciente está sadio, pode, sim, fazer a cirurgia tranquilamente. Os pacientes de idade avançada geralmente pedem procedimentos ou cirurgia para a face. Botox e preenchimento são os procedimentos que mais faço, até porque têm que ser repetidos, diferente de uma cirurgia, que é algo mais duradouro. Com o número crescente da cirurgia bariátrica, os pacientes mais velhos também viraram adeptos, uma vez que a operação contribui para a perda de peso”, explica o cirurgião, ressaltando que a cirurgia plástica é como qualquer outra cirurgia e que tanto o médico quanto o paciente têm que tomar cuidado no pré e na pós-intervenção.

Quando se chega em uma idade mais avançada, a aparência é um reflexo dos cuidados que a pessoa sempre teve com o corpo, mente e pele

Foto: Divulgação

O cirurgião plástico Tiago Moreira atua na área há 15 anos e explica que a cirurgia mais procurada pelas pessoas com mais de 60 anos é a de face, pois eles pensam em rejuvenescer, sem perder sua qualidade de vida. 

“A maioria vem em busca de rejuvenescimento facial, querendo atenuar rugas profundas ou corrigir pálpebras caídas, seja com procedimentos menos invasivos, como toxina botulínica, preenchimento, lifting facial e tratamento com laser até procedimentos mais invasivos, como as cirurgias de pálpebra e face”, cita. 

Heloise Jório, 60 anos, fez uma cirurgia corporal. Antes dessa intervenção, ela seguiu à risca todos os exames que o médico solicitou para evitar qualquer complicação.

“Fiz porque era algo que estava me incomodando. Fiquei bastante ansiosa e apreensiva, mas, quando você tem uma confiança no médico, tudo fica menor. É muito importante ter uma confiança em quem vai mexer no seu corpo, ainda mais se for algo definitivo. Meus cuidados depois foram em relação à cicatrização, passei os dias levando uma vida normal, afinal, não estava doente”, conta.