Tudo pelo ídolo

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Desde a adolescência, Ariadna Rodrigues, de 28 anos, é fã incondicional da atriz norte-americana Judy Garland, considerada por muitos uma das principais estrelas da “Era de Ouro” de Hollywood

Foto: Arquivo Pessoal

O termo “fã” deriva do inglês “fanatic” (fanático, em português) e designa uma pessoa dedicada a expressar sua admiração por alguém, por um grupo, atividade ou ideia, ou até mesmo por um objeto inanimado. Histórias de fãs que fazem de tudo para conhecer seus ídolos não faltam. Gastar dinheiro com pôsteres, faltar à aula ou ao serviço, ficar horas e horas no aeroporto, fazer tatuagens e até mesmo dormir na fila do show. Para alguns fãs, toda loucura é pouca em nome de um ídolo. Amar alguém que nem sabe que você existe, chorar e sofrer junto com uma pessoa como se ela fosse íntima, ficar eufórico a cada nova foto ou notícia divulgada e compartilhar isso com pessoas que sentem exatamente a mesma coisa que você. São muitas as definições do que é ser “fã”.

Ser fã é também conviver com as críticas por parte dos que não conseguem ver um sentido em todo aquele amor ou na euforia diante da chance de conhecer seu ídolo pessoalmente. É o caso da Rafaela Almeida, de 22 anos. Devido ao sucesso de Camp Rock, a cantora Demi Lovato abriu o show dos Jonas Brothers. Ela ficou encantada com o carisma, as músicas, e começou a acompanha-lá.

“Já acampei pro show dela uma semana antes de acontecer e minha mãe ficou louca. Ela tem muitos ciúmes porque eu amo a Demi. Um dia antes, depois de todo esse sacrifício para assistir ao show, uma abelha me picou no pé e ficou muito inchado e dolorido. Apesar da dor, ainda consegui ficar na grade do show”, conta a estudante, que ainda revela mais uma história inusitada. “Na fila do meet and greet da Demi, eu estava muito nervosa e a filha do Didi queria entrar na minha frente, eu quase bati nela, deu a maior confusão”.

Yan Gil, que admite nutrir uma relação de idolatria com Zico

Foto: Arquivo Pessoal

E quando essa idolatria vira quase uma devoção? É o que ocorre com Yan Gil em relação ao Zico. Ele é flamenguista fanático e sempre teve como ídolo o maior jogador da história do clube carioca, tanto que fez uma tatuagem em homenagem ao ex-jogador, que chegou a postar nas suas redes sociais.

“A primeira grande emoção da minha vida foi em 1987, quando o Flamengo foi campeão brasileiro e ele comandava aquela equipe no campo. Sempre gostei de futebol, pra mim, é a maior e melhor invenção do homem e, graças a Deus, sou flamenguista. O Zico pra mim não é uma pessoa, é uma entidade, tanto que meu filho se chama Arthur, nome do Zico. Todo dia 3 de março, quando é o dia do aniversário do Galinho, eu faço um churrasco. Ele representa uma geração, o cara ganhou quatro campeonatos brasileiros, uma libertadores e um mundial pelo meu clube de coração, sendo protagonista em todos, eu tinha que marcar isso na pele. Quando o conheci pessoalmente, nem consigo explicar a emoção, só sei que fiquei olhando para ele e pedi para autografar embaixo da tatuagem para eu fazer uma tatuagem do autógrafo, foi um dos melhores dias da minha vida”, conta.

A idolatria é atemporal, como é o caso de Ariadna Rodrigues, de 28 anos, fã incondicional da atriz norte-americana Judy Garland, considerada por muitos uma das principais estrelas da “Era de Ouro” de Hollywood. Através dela, Ariadna conheceu a sua melhor amiga, Denise, e, juntas, viajaram para conhecer ainda mais a sua eterna diva

Rafaela Almeida, que já realizou o sonho de encontrar sua musa, a cantora Demi Lovato

Foto: Arquivo Pessoal

“A primeira pessoa que conheci na internet foi a minha melhor amiga, Denise, em 2004. Na época, não existia nem o Orkut, a conheci através de um site. Foi através da Denise que conheci a fundo o trabalho da Judy Garland, pois, até então, só havia assistido ‘O Mágico de Oz’. Li várias biografias sobre a Judy, assisti a vários documentários e livros de fãs que a conheceram pessoalmente. O que mais me impressiona é a forma com que Judy lidava com os fãs, sempre muito afetuosa e tendo contato direto com alguns. A Judy já até mesmo morou junto com fã. Acho que ela pode ter sido uma das estrelas mais amadas por seus fãs. Passei os melhores anos da minha vida sendo fã da Judy e compartilhando essa admiração com a Denise. Nós fomos a teatros, mostras de cinema da Judy, comemorávamos o aniversário da Judy, com bolo e tudo. Nós tínhamos uma foto da Judy que carregávamos por todos os lugares no Rio. Era meio bizarro, mas foi uma adolescência engraçada. No fim da minha faculdade de jornalismo, eu e a Denise decidimos ir a Londres para seguir todos os passos da Judy por lá. Cumprimos nosso plano, visitamos cada teatro que a Judy tocou, cada hotel que se hospedou, assistimos a uma peça de teatro sobre os últimos anos de vida da Judy que estava em cartaz. Por fim, visitamos a casa em que a Judy morreu, em 1969”, conta a fã, que revela que ela e a amiga entraram para o sapateado por influência da Judy, já que o sapateado era a dança dos musicais.