Verde que faz bem

Revista
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Marisa Brandão cultivou o carinho pelo verde

Foto: Lucas Benevides

Há quem diga que para ser uma pessoa realizada na vida é necessário ter concluído três etapas: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Maria dos Santos, de 57 anos, já teve dois filhos, plantou várias árvores, só falta o livro para completar a lista. Para ela, plantar faz bem ao meio ambiente e também a quem cultiva.

“Deixei o livro mais para a frente porque ainda quero viver muito. Os filhos são meus tesouros e, em relação a plantar uma árvore, já fiz isso várias vezes. A sensação de ser responsável pelo crescimento de algo que você plantou é sensacional e gratificante. Cuidar das plantas faz bem para a saúde física e mental. É relaxante, ajuda a diminuir as preocupações com o dia a dia e direciona nossa atenção para algo prazeroso”, garante.

Assim como Maria é apaixonada pelas plantas, Marisa Teixeira de Lima Brandão, de 56, cultivou o carinho pelo verde com o passar dos anos.

“Sempre gostei de plantas. Quando me mudei para minha casa, há 22 anos, tinha um grande jardim e me dediquei a cuidar dele, plantando flor-de-maio, violetas, gerânios, lírios e orquídeas, entre outras. Tenho plantas no jardim e dentro de casa, inclusive uma horta orgânica de temperos, hortaliças e espécies ornamentais, como a lavanda”, revela.

Cuidar de plantas também é uma atividade física, aumenta a resistência, a força e a agilidade. Cavar, afofar, adubar, plantar e podar, porporciona prazer e queima calorias. Tudo o que Laurinete Maria, 65 anos, adora.

“Nasci e fui criada em sítio. Tenho paixão pelo verde. Em meu jardim encontrei uma maneira de trazer a natureza para dentro da cidade. Me sinto em atividade quando cuido das plantas. Uma rainha fazendo o que ama, que é estar em contato com minhas plantas. Faço remédios caseiros, chás, cozinho. Tenho louro, alfavaca, hortelã, coentro, cebolinha, alho macho (que dá sorte), trevo de quatro folhas, entre outras”, comenta. 

Revolver a terra descarrega as energias negativas e aumenta o nível de serotonina, neurotransmissor atuante no cérebro que regula o humor, o apetite, o ritmo cardíaco, a temperatura corporal, o sono e a sensibilidade à dor. 

Conviver com as plantas faz bem e elas podem ajudar a tornar um espaço mais agradável. O arquiteto Cauhe Motta, especialista em Feng Shui, lembra que muitas vezes, ao entrar em um ambiente, a pessoa não se sente bem. Essa sensação pode ser melhorada com alguns ajustes. Mudanças que irão interferir no fluxo energético do espaço, aliando a energia do local com os objetivos e necessidades de quem ali vive. 

“As plantas vivas são a mais forte representação do elemento madeira. Uma excelente forma de ativar suas características é justamente trazendo as plantas para dentro de casa”, afirma.
O arquiteto ressalta que é importante observar os espaços onde serão inseridas as plantas.

Laurinete Maria, que foi criada em sítio, sempre conviveu com plantas e faz de tudo com elas: além dos temperos na cozinha, faz chás e remédios

Foto: Divulgação

“As melhores áreas para posicioná-las são as localizadas a leste e nordeste, que recebem o sol da manhã, tão favorável ao desenvolvimento das plantas. É importante escolher espécies que se adaptem bem a ambientes internos e estar sempre atento à sua saúde. Se não estiverem se desenvolvendo ou apresentarem alguma debilidade, considere mudá-las de local. Plantas malcuidadas podem prejudicar mais do que ajudar na melhoria da energia dos ambientes. Outro ponto a ser considerado nesta escolha são as plantas com espinhos ou de folhas muito pontudas e afiadas, com características agressivas.
Estas devem ser evitadas em casa. Lembrando que as plantas não são meros objetos de decoração. São seres vivos e demandam cuidados e atenção para que possam aflorar todo o seu potencial”, afirma.

A terapeuta holística Thatiana Cunha chama atenção para o potencial das espécies.

“As plantas também tem valor fitoterápico. O manjericão, por exemplo, traz harmonia e alegria; a espada-de-são-jorge, que pode afastar as energias ruins; a arruda, que é a protetora usada contra as ‘más vibrações’; o lírio da paz, que traz harmonia ao ambiente, é considerada uma planta purificadora capaz de amenizar ondas eletromagnéticas emitidas por equipamentos eletrônicos e filtrar poluentes, oferecendo proteção e harmonia ao lar”, explica.

Outro ponto interessante é observar as plantas que nascem naturalmente. 

“A planta que nasce em casa espontaneamente é o que a pessoa precisa para sua cura. Observe seu jardim, veja qual planta que mais te chama a atenção. Esta planta representa sua necessidade”, completa Thatiana.

Mas, para desfrutar de todo o bem-estar proporcionado pelo contato com as plantas, é preciso observar alguns detalhes, como a interação com pessoas e animais. O especialista em estética canina Rafael Faria lembra que algumas flores em ambientes fechados podem fazer mal aos animais. 

“Com o início da primavera, é comum comprar flores de cores vivas. Algumas delas acabam colocando os pets em risco por serem tóxicas. A azálea, que parece inofensiva, pode causar distúrbios gastrointestinais, salivação e até sintomas neurológicos graves como o coma. A dama-da-noite causa taquicardia, falta de ar, salivação, excitação e até convulsão. O ideal é escolher corretamente as plantas e selecionar vasos mais altos, justamente para dificultar o acesso dos animais e prevenir acidentes, tornando mais agradável a convivência dos bichos nos ambientes. E das crianças também”, alerta.