Gravidez na Adolescência

A gravidez na adolescência está relacionada a muitas causas, entre elas a diminuição da idade em que ocorre a primeira menstruação e a iniciação sexual - Foto: Pixabay

Saúde
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adolescência é o período entre 10 e 19 anos e se a idade for entre 10 - 15 anos, ela é chamada de adolescência precoce mas se for em idade mais velha, isto é, entre 16 - 19 anos, é adolescência tardia.

Este período da vida do ser humano apresenta intenso crescimento e desenvolvimento, havendo marcantes transformações não somente no corpo mas também na mente, refletindo, então, em grandes mudanças no comportamento social. Quem tem adolescente em casa sabe do que estamos falando.

Uma das grandes preocupações e por que não dizer problemas que podem acontecer na adolescência é a gravidez. A gravidez na adolescência é um fenômeno mundial, ocorrendo em países de alta, média e baixa renda, mas predomina nos países em desenvolvimento.

No Brasil, embora a gravidez na adolescência esteja em queda, os números ainda são preocupantes, quando comparados a outras nações. Segundo dados obtidos pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), nos últimos 20 anos, houve uma redução de 7% na taxa de adolescentes grávidas no Brasil.

A ocorrência de gravidez na adolescência está relacionada a múltiplas causas, como a diminuição da idade em que ocorre a primeira menstruação e a iniciação sexual, aumento dos estímulos à sexualização precoce na mídia e a falta ou inadequação das informações quanto a? sexualidade e aos métodos contraceptivos, associado, também, à imaturidade típica da adolescência, onde predomina um certo "pensamento mágico" de que "isto nunca vai acontecer comigo". A presença de antecedente de gravidez em adolescentes na família e/ou com pessoas próximas, conflitos familiares, abuso de drogas,
evasão escolar ou baixo nível de escolaridade, também são pontos importantes associados à gravidez na adolescência.

A presença da gravidez neste período de grandes mudanças pode trazer complicações médicas, como aborto, anemia, hemorragia, hipertensão arterial, infecções sexualmente transmissíveis, maior risco de morte durante o parto, além de maior incidência de prematuridade e de recém-nascidos com baixo peso ao nascimento. Ou seja, a gravidez na adolescência não coloca apenas a saúde da mãe em risco, mas também a do seu filho.

De fato, a gravidez na adolescência é vivida como um período de muitas perdas, geralmente acompanhada de desconfiança familiar e, não raro, abandono do parceiro. Ao mesmo tempo, gera um aumento de responsabilidade que a adolescente ainda não está preparada para assumir, podendo gerar, com isso, aumento do estresse, baixa autoestima e sintomas depressivos. Em geral, essas adolescentes apresentam grande dificuldade de manter uma comunicação aberta com os pais e de construir, em conjunto com sua família, um projeto de vida, como estudar e se preparar para uma profissão e, com isso, limita suas oportunidades para alcançar todo o seu potencial educacional e econômico.

Países que conseguiram grandes avanços em diminuir a incidência de gravidez na adolescência investiram em ações que estimularam o conceito de "objetivos de vida", além de fornecerem educação em saúde reprodutiva de boa qualidade, combaterem a violência sexual e capacitarem os profissionais de saúde para atender mais eficientemente as adolescentes. Essas ações reduziram não só a gravidez na adolescência, mas também interferiram no percentual de evasão escolar.

A gravidez na adolescência é um problema grave de saúde pública que precisa ser tratado de forma eficiente, não só com políticas de saúde, mas, principalmente, políticas educacionais.