Os riscos do politraumatismo

Saúde
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O politraumatismo acontece em vários tipos de situações, como acidentes de carro, de moto, quedas de bicicleta, da escada, da laje e atropelamento, dentre outros tipos de acidentes. Pode variar desde o traumatismo cranioencefálico (TCE) que representa a principal causa de morbimortalidade no mundo, em pessoas com menos de 45 anos, sendo mais predominante na faixa de 15 aos 24 anos.

Esse tipo de trauma é mais predominante no sexo masculino, na proporção de duas ou três vezes mais frequente nos homens que nas mulheres. Nas vítimas de trauma, o TCE está presente em 40%, desses indivíduos, podendo ter uma evolução fatal, dependendo da gravidade do acidente. No Brasil, a incidência de TCE vem crescendo a cada dia, apesar das orientações de não dirigir alcoolizado, não usar o celular enquanto dirige, dentre outras medidas de atenção na prevenção de acidentes, uma vez que pode levar a acidentes fatais que pode gerar a morte de várias pessoas e também sequelas graves.

Os traumas em geral no país representam a principal causa de morte em crianças e adolescentes, sendo que nas crianças o traumatismo cranioencefálico representa aproximadamente 75% das mortes. Os acidentes de trânsito (automobilísticos, ciclísticos, motociclísticos, atropelamentos), quedas, agressões, lesões por arma de fogo, podem levar ao TCE e a outras lesões que vão configurar o politraumatismo, com fraturas e lesões em diferentes locais. Dentre esses, os acidentes de trânsito são os principais causadores de trauma cranioencefálico, tendo uma porcentagem em torno de 60% a 70%. Os acidentes de trânsito são os principais responsáveis por causar invalidez após traumas mecânicos na última década no Brasil.

Os tipos de trauma cranioencefálico são três: trauma craniano fechado, trauma com abaulamento no crânio e fratura exposta. O trauma craniano fechado se caracteriza por uma fratura sem desvio na estrutura óssea, ou por não apresentar ferimento na calota craniana. Na fratura com abaulamento, o osso fraturado se encontra afundado no crânio, podendo causar compressão ou lesão cerebral. Na fratura exposta, ocorre uma laceração do couro cabeludo e nos músculos pericrânios, com uma comunicação direta entre a parte externa do crânio com o parênquima cerebral, que representa o tecido responsável pela função cerebral.

O TCE pode ser classificado em trauma fechado (contuso) ou penetrante. O trauma fechado pode estar associado a acidentes de trânsito, quedas e agressões; e o penetrante geralmente está relacionado com ferimentos causados por armas de fogo ou arma branca. A lesão fechada é comum em crianças.

Quanto à morfologia anatômica, podem ser divididos em lesões extracranianas, intracranianas e fraturas do crânio. Podemos observar desde lacerações do couro cabeludo, hematomas, podendo ser focais ou difusos. As fraturas do crânio podem ser lineares, cominutivas, e com afundamento.

A gravidade pode ser verificada através da escala de coma de Glasgow, e o objetivo é registrar o nível de consciência de uma pessoa após um TCE, avaliando a resposta verbal, motora e abertura dos olhos. Através dessa escala pode-se classificar o TCE como leve, moderado e grave. Os traumas de crânio considerados leves totalizam metade dos casos e frequentemente tem uma boa evolução e recuperação.

No TCE leve não ocorre perda de consciência e os pacientes apresentam leve alteração mental, juntamente com dor de cabeça e tontura, mas esses sintomas tendem a desaparecer.

O TCE moderado geralmente ocorre em vítimas de politraumas, apresentam perda de consciência e alterações neurológicas reversíveis.

No TCE grave os pacientes se apresentam inconscientes e com comprometimento mais severo com perda neurológica. Esses indivíduos geralmente estão em coma, e com comprometimento de outros órgãos.

A lesão primária ocorre no momento do trauma, resultando em lesão mecânica direta, podendo ser causada pelo mecanismo de impacto ou pela aceleração e desaceleração do cérebro dentro do crânio.

A lesão secundária é definida como uma resposta fisiológica que se inicia logo após o acidente. A resposta fisiológica pode levar a alterações sistêmicas e a desordens no crânio, podendo gerar hipoxemia (diminuição da concentração de oxigênio no sangue arterial), hipercapnia ou hipocapnia (aumento ou queda da concentração de gás carbônico do sangue), hipotensão arterial (queda da pressão arterial média), aumento da pressão intracraniana, alterações de temperatura e do metabolismo.

Em caso de acidente, o serviço do Corpo de Bombeiros deve ser acionado com rapidez, e o paciente encaminhado para tratamento de emergência em hospital. O telefone de emergência do Corpo de Bombeiros é 193.