Educadora parental explica a importância da alimentação saudável durante a gestação

A obesidade na infância pode acarretar em uma série de doenças na vida adulta como hipertensão, diabetes, colesterol alto etc. Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), 7% das crianças brasileiras menores de cinco anos estão com excesso de peso e 3% são obesas. Analisando esses dados, a educadora parental Paloma Silveira Baumgart explica a importância das mães terem hábitos alimentares mais saudáveis durante a gravidez, a fim de refletir em um melhor processo de introdução alimentar dos bebês para que os seus filhos tenham uma vida mais saudável.

Paloma Silveira Baumgart, que é especialista em 1ª infância e disciplina positiva, atesta a sua afirmativa usando como exemplo um estudo realizado com três mulheres grávidas que tiveram as suas alimentações acompanhadas desde a gestação à fase inicial da introdução alimentar dos seus filhos. A primeira mãe bebeu suco de cenoura nas últimas semanas de gravidez. Já a segunda, durante a amamentação. E a terceira consumiu apenas água na gestação e na amamentação.

Para os três bebês, foram oferecidas papinhas de cereais puros e de cenoura. Os dois nenéns nos quais as mães beberam o suco ou na amamentação ou durante a gravidez, gostaram da papinha com cenoura. Já o que não tomou, estranhou o sabor e preferiu apenas a de cereais. Isso comprova que a alimentação durante a gravidez influencia diretamente no paladar do bebê.

“Na gestação, o alimento passa para o feto pelo líquido amniótico e, durante a amamentação, pelo leite. Então, além de os alimentos impactarem na saúde do bebê, ainda fazem com que não só durante a introdução alimentar, mas, após essa fase, o neném tenha mais familiaridade com o alimento e o aceite melhor, influenciando, assim, no seu paladar”, explica a educadora parental Paloma Silveira Baumgart.

Além de se ter uma alimentação nutritiva durante a gravidez, a especialista sugere soluções educativas para se construir uma rotina alimentar saudável para a criança. “Dê a comida do seu filho sempre nos mesmos horários para que o organismo dele se adapte a seguir uma rotina. Dessa forma, quando chegar a hora da refeição, ele terá fome e não rejeitará o alimento”, afirma.

Ainda de acordo com Paloma, os pais são responsáveis por fornecer um modelo que sirva de exemplo para a educação da criança em uma rotina alimentar mais saudável: “A criança é o espelho do meio em que vive e das pessoas com quem convive, por isso, os pais devem ser exemplos. Não adianta falarmos para os nossos filhos que açúcar não faz bem e tomar refrigerante durante todas as refeições. Outra dica importante também é mostrar de onde veio o alimento, se foi plantado ou colhido, mostrar os alimentos inteiros antes de servir para que eles tenham familiaridade com o que estão comendo”.

Por fim, a educadora faz uma ressalva aos hábito que muitos pais têm, de fornecer aos seus filhos equipamentos eletrônicos durante as refeições. “Tem se tornado cada vez mais comum dar celular, tablets ou deixar os filhos assistirem televisão enquanto se alimentam. Isso é extremamente prejudicial à saúde das crianças, pois, eles se distraem durante a refeição, confundindo o cérebro, sem saber o que estão comendo, perdendo a oportunidade de degustar os alimentos e comerem o suficiente pra ficarem satisfeitos.
O ideal é sentarmos à mesa junto com os nossos filhos para comer e acompanhá-los nesse momento, pelo menos uma refeição por dias, sem telas por perto”, conclui.

Especialista oferece ainda soluções educativas para que os pais construam uma rotina alimentar mais saudável aos seus filhos

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