Ainda hoje, muitos mitos cercam a depressão. Há quem acredite que ela é sinal de fraqueza, frescura ou que acomete apenas adultos. No entanto, essas ideias ultrapassadas precisam ser desmistificadas com urgência. A depressão é um transtorno mental sério, com causas multifatoriais, e pode atingir pessoas de todas as idades — inclusive crianças e adolescentes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma das principais causas de incapacitação no mundo e afeta de forma profunda o modo como o indivíduo sente, pensa e se comporta. Mas a boa notícia é: ela tem tratamento.
Nos mais jovens, os sinais nem sempre são fáceis de identificar. Mudanças sutis de comportamento, queda repentina no rendimento escolar, desinteresse por atividades que antes davam prazer, irritabilidade constante, tristeza persistente e isolamento social podem ser indícios importantes. Em muitos casos, os próprios pais ou responsáveis tendem a minimizar esses sintomas, acreditando se tratar de uma “fase” ou “manha”. O risco, nesse caso, é perder um tempo precioso para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado.
Estar atento no dia a dia é fundamental. Promover um ambiente de diálogo, respeito e acolhimento é o primeiro passo para ajudar. Além disso, incentivar atividades físicas, como caminhar, nadar, dançar, andar de bicicleta ou praticar jardinagem, pode contribuir significativamente para o bem-estar emocional. A alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e alimentos naturais, também exerce papel importante na saúde mental.
A depressão, quando não tratada, pode desencadear sérias consequências emocionais e físicas, como ansiedade, insônia, fadiga, sentimentos de culpa, medo, falta de ânimo e uma tristeza que não vai embora. Por isso, ao notar qualquer sinal persistente de sofrimento emocional em seus filhos, não hesite em procurar ajuda médica especializada. Um diagnóstico precoce faz toda a diferença e possibilita que o jovem tenha acesso ao suporte necessário para retomar sua qualidade de vida.
Falar sobre depressão infantil e adolescente é um ato de cuidado e responsabilidade. E, acima de tudo, é um compromisso com a saúde mental das próximas gerações.
Por Micheli Faria (professora e jornalista)
Depressão na infância e adolescência: um alerta necessário
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