Com a chegada das férias escolares, os hospitais da cidade do Rio de Janeiro acendem um sinal de alerta. Dados das unidades municipais indicam aumento significativo no número de atendimentos pediátricos por acidentes domésticos. A ausência da rotina escolar e a permanência prolongada das crianças dentro de casa, muitas vezes sem supervisão adequada, contribuem para a elevação dos casos, principalmente entre os meses de julho e janeiro.
Entre os acidentes mais comuns estão quedas, queimaduras e ingestão de corpos estranhos. No Hospital Municipal Rocha Faria, localizado na Zona Oeste, o superintendente médico Helder Silva aponta que as fraturas decorrentes de quedas representam a principal causa de atendimento no setor de emergência pediátrica. “As crianças estão mais expostas dentro de casa. O número de traumatismos cranianos também cresce neste período”, destaca o médico.
No Hospital Municipal Souza Aguiar, referência em queimaduras, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) aponta os líquidos superaquecidos como principais responsáveis pelos acidentes, com destaque para água e álcool. Estela Dana, chefe do setor infantil do CTQ, enfatiza a gravidade das queimaduras em crianças e os avanços no tratamento. “Utilizamos curativos especiais e novos antibióticos que reduzem infecções e garantem maior conforto às crianças”, afirma.
A unidade também é destaque na retirada de corpos estranhos. Somente em julho de 2024, foram 236 atendimentos relacionados a objetos engolidos ou inseridos no nariz e ouvido. O otorrinolaringologista Edio Cavallaro destaca a importância da supervisão e do cuidado com brinquedos e objetos pequenos. “A curiosidade infantil pode se transformar em tragédia em segundos”, alerta.
O Hospital Salgado Filho, no Méier, também enfrenta aumento nos casos de quedas. O chefe da Pediatria da unidade, Jorge Campos, chama atenção para acidentes com berços, bicicletas, brinquedos infláveis e até quedas de lajes durante brincadeiras com pipas. Ele recomenda atenção especial a utensílios de cozinha, fios elétricos e líquidos quentes. “Um simples descuido pode levar a lesões sérias. Proteger tomadas, virar cabos de panela para dentro do fogão e manter substâncias perigosas fora do alcance das crianças são medidas simples, mas eficazes”, afirma.
A Secretaria Municipal de Saúde reforça que a prevenção é responsabilidade compartilhada entre pais, responsáveis e toda a sociedade. A vigilância contínua e a adoção de medidas de segurança doméstica podem evitar traumas, sequelas e até mesmo salvar vidas.
Fontes: Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Alerta nas férias: Secretaria de Saúde reforça cuidados para evitar acidentes domésticos com crianças

O Salgado Filho é referência no município do Rio para retirada de corpos estranhos. Foto: Reprodução - Foto: .
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