Morre cabo da Marinha atingido por bala perdida em Niterói

Morreu na noite de quarta-feira (20) o cabo da marinha e estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF) que foi baleado durante uma perseguição a criminosos na Engenhoca, Zona Norte de Niterói, na tarde de quarta. Klinsmann de Araújo, de 25 anos, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo do jovem será enterrado em Manaus, onde a família mora. 

Conhecido como “Yami”, Klinsmann era de Manaus, estudava Segurança Pública na UFF e fazia parte da Atlética E-Sports. Ele passava pela Avenida João Brasil, entre o Fonseca e a Engenhoca, quando acontecia uma perseguição de agentes do Niterói Presente a criminosos acusados de roubo na região. Uma troca de tiros teve início, acertando o cabo.

Na manhã de quinta-feira (21), amigos e familiares da vítima foram ao Instituto Médico Legal (IML), no Barreto, para liberar o corpo. No local, a mãe do jovem, muito abalada, lamentou a morte e disse ainda não acreditar na perda do filho.

"Meu filho era um amor de pessoa, trabalhador. Já estava há mais de seis anos na Marinha e ia se formar cabo agora em dezembro. Eu não consigo falar, estou abalada com isso tudo, não 'caiu a ficha'", disse.

A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 1º Distrito naval, informou que tomou conhecimento do falecimento do Marinheiro e que "lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares da vítima. A MB está acompanhando as investigações policiais para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ademais, estão em andamento procedimentos administrativos internos, a fim de contribuir para o esclarecimento dos fatos".

A atlética E-Sports divulgou uma nota lamentando a perda.

“Além de um excelente jogador, ótimo ‘top laner da nossa line-up Tier 2 Blue’, perdemos um amigo, companheiro e um admirável ser humano, sempre realizando boas ações e resgatando filhotinhos de gatos abandonados e cuidando com muito zelo. Não temos palavras que traduzam a dor que toda a A2E-UFF sente hoje e sentirá por muito tempo. Temos orgulho da pessoa brilhante que você foi e é nosso papel mantê-lo vivo em nossa memória. Desejamos toda força para família e amigos”, diz a nota.

O Diretório Acadêmico Roberto Kant (DARK), que representa os estudantes de Graduação em Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense também divulgou nota de pesar. 

"Klinsmann foi um colega participativo, amável e companheiro. Não escondia a paixão pelas reflexões formuladas em torno do tema que nos uniu, a segurança pública", diz a nota. 

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) assumiu o caso após a morte do jovem. Policiais da especializada fizeram diligências durante o dia para ouvir os dois suspeitos presos durante a perseguição. Armas dos policiais envolvidos na ação serão recolhidas para investigação e imagens de câmeras de segurança serão analisadas para determinar a dinâmica do caso.  

Caso

Na tarde de quarta-feira (20), agentes do programa Niterói Presente trocaram tiros com criminosos, no Fonseca, na Zona Norte de Niterói. Agentes que estavam na Alameda São Boaventura foram informados que criminosos armados estavam praticando roubos pela localidade. Ao chegarem na Avenida João Brasil, entre os bairros do Fonseca e Engenhoca, os policiais se depararam com quatro homens em duas motos, dando início ao confronto.

Após o tiroteio, dois desses homens foram presos e, com eles, quatro celulares roubados foram recuperados. Os outros dois, que portavam a arma e davam cobertura aos comparsas, conseguiram fugir do local. Durante a perseguição, o cabo da Marinha foi atingido por um tiro, encaminhado para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, onde passou por uma cirurgia, mas não resistiu.

Klinsmann de Araújo, de 25 anos, não resistiu aos ferimentos

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