Líder do PSL na Alerj vai à Justiça para se desfiliar

Por Lucas Schuenck

Dr. Serginho, ex-presidente do diretório municipal do PSL em Cabo Frio, era pré-candidato do partido a prefeito

O líder do Partido Social Liberal (PSL) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Dr. Serginho, vai buscar na Justiça sua desfiliação da legenda. A iniciativa é uma resposta do deputado, que foi retirado da presidência do partido em Cabo Frio, município da Região dos Lagos do Rio, segundo ele, "sem ter sido comunicado oficialmente". Segundo o parlamentar, ele é alvo de perseguição da atual direção regional do PSL.

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Dr. Serginho alega que não foi, inclusive, convidado a participar da reunião que consolidou a destituição de sua presidência em Cabo Frio, que culminou na indicação de Rodrigo Gurgel como candidato do partido para a prefeitura cabista. Ele argumenta que a suposta perseguição acontece desde que a administração do partido rompeu com a família Bolsonaro para manter-se aliada a Wilson Witzel (PSC), Governador do Rio.

O ainda peesselista argumenta ainda que, caso o novo partido de Jair Bolsonaro, Aliança Pelo Brasil, ainda não tenha cumprido as determinações da legislação eleitoral para disputar as eleições municipais neste ano, ele irá buscar uma legenda para concorrer ao pleito em seu município.

"Está claro o ato de perseguição porque não sucumbi à força do governo do Estado e aos traidores, ingratos e desleais ao Governo Bolsonaro. Vou pegar a desfiliação na Justiça, e caso o partido Aliança Pelo Brasil não esteja apto, serei candidato pelo partido que a família Bolsonaro indicar, com perfil de direita, conservador, que prega os valores familiares. Sou pré-candidato não por um projeto pessoas, mas para cumprir a missão de reconstruir o Brasil, Cabo Frio e o Estado do Rio", destacou Dr. Serginho.

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De Brasília ao Brasil

A crise interna do PSL teve início no final do último ano, quando em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu presidente pela sigla, escancarou em entrevista um mal estar com Luciano Bivar, presidente nacional do partido. O desfecho foi concretizado em 18 de novembro, quando Bolsonaro deixou o PSL e anunciou o lançamento de uma nova legenda, o Aliança Pelo Brasil. 

Após isto, o PSL passou a viver tempos de "guerra interna" entre a ala fiel ao partido e outra, defensora de Bolsonaro. A crise já havia sido escancarada em âmbito nacional, com a guerra de liminares e suspensões partidárias à deputados bolsonaristas; e estadual, como no exemplo do Rio, onde parte da bancada manteve-se como situação de Witzel e outra parte como oposição ao governador. 

Ao que tudo indica, no entanto, por se tratar de ano de eleições municipais, o caso de Dr. Serginho é apenas o primeiro de outras disputas em diretórios municipais do partido de Bivar.